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Para Fiocruz, crime da Samarco-Vale-BHP pode ser causa do surto de febre amarela

Toda a contaminação de habitats provocada pelo crime da Samarco-Vale-BHP é um elemento importante de investigação da Fiocruz e outras instituições de pesquisa e tecnologia em Saúde do país, para entender e conduzir da melhor forma possível o fenômeno do surto de febre amarela no Espírito Santo e Minas Gerais.

A afirmação é do epidemiologista Guilherme Franco Netto, especialista em Saúde, Ambiente e Sustentabilidade da Fiocruz, que, mesmo ressaltando a ausência de provas, ainda, entre os dois fatos, admite: “Não há dúvida de que a fauna, especialmente os macacos, estão migrando de territórios pra poder sobreviver”, destaca.  

Guilherme explica que, quanto mais agredido o meio ambiente, em termos de perda da densidade de florestas, maior a necessidade de deslocamento por alimentos e maior o risco de expansão da doença. 

 
De forma simplificado, o que acontece é que, ao precisar de deslocar em busca de alimento e outras necessidades decorrentes de uma grande alteração ambiental em seu habitat, os macacos oriundos de regiões endêmicas levam o vírus da febre amarela para regiões ainda não afetadas, provocando os adoecimentos e mortes, seja de macacos ou de pessoas.

O epidemiologista explica que a febre amarela acomete apenas macacos e seres humanos e que, de tempos em tempos – ciclos de sete ou dez anos – há pequenos surtos, decorrente de um “aumento da carga viral” e que, após uma mortandade – seja de macacos e/ou humanos – e a consequente redução da carga viral, segue-se um período de “silêncio” da doença. “Se o ser humano entra no circuito, ele acelera esse processo e se torna vítima”, explica Guilherme.

Mas o especialista em Saúde, Ambiente e Sustentabilidade da Fiocruz admite que o atual surto tem despertado atenção especial. “Preocupa nesse momento é que o número de casos está acima do que vinha sendo observado”, alerta. Em situações assim, o que precisa ser feito é bloquear a circulação do vírus, sendo a vacinação o principal instrumento.

Onde e como se vacinar

A Secretaria Estadual de Saúde confirma a suspeita de dois casos de contaminação humana, nos municípios de Conceição do Castelo e São Roque do Canaã, e a morte de 54 macacos, sendo 17 em Pancas, 11 em Colatina, 10 em Ibatiba, 08 em Irupi, 04 em Baixo Guandu e 04 em Governador Lindenberg. As prefeituras têm levantado números maiores, ainda não contabilizados pela Sesa.

A vacinação está ocorrendo mais intensamente nos 23 municípios capixabas que fazem divisa com Minas Gerais – de onde se acredita que estejam vindo os macacos contaminados e já há casos confirmados de morte de pessoas – e em outros municípios onde há casos suspeitos.

Mas há doses da vacina disponíveis em todo o estado, que estão sendo aplicadas a partir de critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Quem está fora da área de risco só precisa se imunizar caso for viajar para essas regiões, devendo receber a vacina dez dias antes da viagem.

Confira aqui os 23 municípios e as orientações para quem for se vacinar

 

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