A afirmação é do epidemiologista Guilherme Franco Netto, especialista em Saúde, Ambiente e Sustentabilidade da Fiocruz, que, mesmo ressaltando a ausência de provas, ainda, entre os dois fatos, admite: “Não há dúvida de que a fauna, especialmente os macacos, estão migrando de territórios pra poder sobreviver”, destaca.
Guilherme explica que, quanto mais agredido o meio ambiente, em termos de perda da densidade de florestas, maior a necessidade de deslocamento por alimentos e maior o risco de expansão da doença.
O epidemiologista explica que a febre amarela acomete apenas macacos e seres humanos e que, de tempos em tempos – ciclos de sete ou dez anos – há pequenos surtos, decorrente de um “aumento da carga viral” e que, após uma mortandade – seja de macacos e/ou humanos – e a consequente redução da carga viral, segue-se um período de “silêncio” da doença. “Se o ser humano entra no circuito, ele acelera esse processo e se torna vítima”, explica Guilherme.
Mas o especialista em Saúde, Ambiente e Sustentabilidade da Fiocruz admite que o atual surto tem despertado atenção especial. “Preocupa nesse momento é que o número de casos está acima do que vinha sendo observado”, alerta. Em situações assim, o que precisa ser feito é bloquear a circulação do vírus, sendo a vacinação o principal instrumento.
Onde e como se vacinar
A Secretaria Estadual de Saúde confirma a suspeita de dois casos de contaminação humana, nos municípios de Conceição do Castelo e São Roque do Canaã, e a morte de 54 macacos, sendo 17 em Pancas, 11 em Colatina, 10 em Ibatiba, 08 em Irupi, 04 em Baixo Guandu e 04 em Governador Lindenberg. As prefeituras têm levantado números maiores, ainda não contabilizados pela Sesa.
A vacinação está ocorrendo mais intensamente nos 23 municípios capixabas que fazem divisa com Minas Gerais – de onde se acredita que estejam vindo os macacos contaminados e já há casos confirmados de morte de pessoas – e em outros municípios onde há casos suspeitos.
Mas há doses da vacina disponíveis em todo o estado, que estão sendo aplicadas a partir de critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Quem está fora da área de risco só precisa se imunizar caso for viajar para essas regiões, devendo receber a vacina dez dias antes da viagem.
Confira aqui os 23 municípios e as orientações para quem for se vacinar