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Policiais civis vão apoiar movimento dos inspetores penitenciários

Nesta terça-feira (17) os inspetores penitenciários anunciaram que iniciarão uma Operação Legalidade no próximo domingo (22) em protesto contra as péssimas condições de trabalho da categoria nas unidades prisionais do Estado e a inércia do governo em negociar. O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES) decidiu apoiar o movimento do Sindicatos dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) e também orienta os policiais a tomarem medidas.

Durante a Operação Legalidade dos inspetores haverá interrupção total do recebimento de internos, por conta da superlotação das unidades. As visitas íntimas também serão suspensas. Também será observada a validade de munições menos letais e, caso estejam vencidas, não serão usadas. Em hipótese alguma os servidores aceitarão escala extra. Além disso, os banhos de sol dos internos serão feitos com apenas 40 por vez.

O Sindipol orienta que os policiais civis também não deixem detidos nas delegacias, já que não faz parte da função da polícia manter a custódia de presos. A entidade ressalta que não receber presos em delegacias também será uma forma de apoiar o movimento legitimo dos inspetores penitenciários e mostrar a fragilidade da polícia judiciária causada pela falta de investimentos do governo do Estado.

Os inspetores penitenciários também farão um ato público em frente ao Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória – onde funciona a Sejus – em que entregarão os coletes balísticos vencidos. O sindicato vai divulgar uma cartilha contendo as portarias, normas, entendimentos e regulamentos que serão cumpridos à risca durante a operação.

Os inspetores – fora os da Diretoria de Operações Táticas (DOT) e a Diretoria de Segurança Prisional (DSP) da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) – estão com os coletes balísticos vencidos. Além disso, os coletes que existem não atendem a todos os profissionais, já que a Sejus enviou apenas quatro por unidade, que são usados em revezamento.

Além de ser anti-higiênico, já que são de uso pessoal, o revezamento de coletes é contraindicado por terem tamanhos diferentes, ou seja, um inspetor que mede 1,80 metro e veste colete tamanho G não pode usar um de tamanho M, o que compromete a segurança do profissional, mas é isso que vem acontecendo na prática nas unidades do Estado.

Também não há armas para o acautelamento de todos os inspetores. Grande parte da turma do concurso de 2012 não tem armas, já que a Sejus não adquiriu o armamento. As munições menos letais – spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo – estão todas vencidas.

Outro problema enfrentado no sistema penitenciário é a falta de inspetores efetivos. De acordo com a Lei 743/13, que reorganizou a carreira de inspetor penitenciário, deveria haver 3.654 vagas para inspetores. No entanto, atualmente o número não chega a 3 mil, sendo que a população carcerária só cresce.

Os servidores reivindicam plano de carreira; reposição das perdas salariais; reajustes inflacionários; e hora extra; além de buscarem soluções para baixo efetivo de servidores; escassez de materiais de segurança e condições de trabalho (coletes balísticos, armamento e escala de trabalho que respeite o princípio da isonomia).

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