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Justiça determina que inspetores suspendam negativa de recebimento de presos em unidades

O Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário (Sindaspes) foi notificado da decisão liminar do desembargador Jorge Nascimento Viana, do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), suspendendo qualquer procedimento capaz de prejudicar o funcionamento integral dos serviços penitenciários durante a Operação Legalidade, deflagrada neste domingo (22).

A entidade informa que, por força da decisão será suspensa apenas a negativa de recebimento de presos e de visitas íntimas. No entanto, a categoria vai continuar a observar as normas que regem a atividade funcional (leis, decretos, portarias e resoluções), que inclusive estão compiladas na cartilha da operação.

Durante a operação, será observada a validade de munições menos letais e, caso estejam vencidas, não serão usadas. Em hipótese alguma os servidores aceitarão escala extra. Além disso, os banhos de sol dos internos serão feitos com apenas 40 por vez.

Os inspetores penitenciários também farão um ato público em frente ao Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória – onde funciona a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) – em que entregarão os coletes balísticos vencidos. O sindicato vai divulgar uma cartilha contendo as portarias, normas, entendimentos e regulamentos que serão cumpridos à risca durante a operação.

Os inspetores – fora os da Diretoria de Operações Táticas (DOT) e a Diretoria de Segurança Prisional (DSP) da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) – estão com os coletes balísticos vencidos. Além disso, os coletes que existem não atendem a todos os profissionais, já que a Sejus enviou apenas quatro por unidade, que são usados em revezamento.

Além de ser anti-higiênico, já que são de uso pessoal, o revezamento de coletes é contraindicado por terem tamanhos diferentes, ou seja, um inspetor que mede 1,80 metro e veste colete tamanho G não pode usar um de tamanho M, o que compromete a segurança do profissional, mas é isso que vem acontecendo na prática nas unidades do Estado.

Também não há armas para o acautelamento de todos os inspetores. Grande parte da turma do concurso de 2012 não tem armas, já que a Sejus não adquiriu o armamento. As munições menos letais – spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo – estão todas vencidas.

Outro problema enfrentado no sistema penitenciário é a falta de inspetores efetivos. De acordo com a Lei 743/13, que reorganizou a carreira de inspetor penitenciário, deveria haver 3.654 vagas para inspetores. No entanto, atualmente o número não chega a 3 mil, sendo que a população carcerária só cresce.

Os servidores reivindicam plano de carreira; reposição das perdas salariais; reajustes inflacionários; e hora extra; além de buscarem soluções para baixo efetivo de servidores; escassez de materiais de segurança e condições de trabalho (coletes balísticos, armamento e escala de trabalho que respeite o princípio da isonomia).

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