Desde o início da epidemia entre os macacos, foram registrados, principalmente em Minas Gerais, casos de pessoas matando os barbados, por considerá-los transmissores da doença. Campanhas de esclarecimento passaram então a ser feitas, também no Espírito Santo, explicando que o macaco é tão vítima quanto os humanos e que eles são, na verdade, nossos protetores, sentinelas, avisam por onde o surto está passando, o que permite que nos protejamos preventivamente.
“As denúncias de agressões reduziram bastante, acredito, em função dessas campanhas de esclarecimento”, avalia Cintia Corsini Fernandes, do Projeto Muriqui/ES. Mas ainda é preciso insistir na mensagem, afirma Cíntia, que relatou a leitura de uma matéria afirmando seres os macacos os transmissores do vírus. “Então não devemos parar de noticiar e informar a população, mesmo que no Estado não estejam acontecendo agressões aos primatas”, pondera a mestre em Biologia Animal.
A equipe do Projeto tem atuado em Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa, região serrana do Estado, com as campanhas e o trabalho de campo de recolher os animais mortos e levar material para análise.
O número de vítimas fatais, no entanto, continua aumentando. Apesar do caso ter perdido espaço na mídia desde o último sábado (4), a verdade é que a “greve branca” da Polícia Miliar não estancou a epidemia entre os barbados.
O coordenador do Projeto Muriqui, professor Sergio Lucena, em seu perfil no Facebook, reproduziu a fala de um amigo de Minas Gerais, relatando que os barbados desapareceram da mata. O risco do mesmo acontecer no Espírito Santo permanece.
Nesta sexta-feira (10), a Sesa divulgou os dados mais recentes do surto em humanos. Até o dia nove de fevereiro, foram 130 notificações de suspeitas. Dez foram descartadas, 25 confirmadas, e as outras 95 estão sob investigação. Óbitos até agora foram sete em Ibatiba (3), Irupi (1), Itarana (2) e Pancas (1).