Na atividade, os participantes fincarão cruzes no gramado da praça, simbolizando as dezenas de assassinatos ocorridos desde o início da crise. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol-ES), são 142 homicídios ocorridos entre 4 de fevereiro e este domingo.
Com faixas e cartazes nas mãos, representantes de entidades de direitos humanos, pessoas, grupos, instituições e vários movimentos sociais denunciarão o descaso e omissão do governador do Estado, Paulo Hartung (PMDB), com o assassinato de mais de 140 pessoas e todo o caos social, que já ultrapassa uma semana.
A crise de segurança pública tem aprofundado de forma brutal a política de extermínio da juventude negra capixaba em curso há muitos anos. Por isso, o ato público vai pedir o fim da omissão do governo com relação a essas mortes.
De acordo com a conselheira do Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH), Galdene Santos, desde a última semana têm sido feitas reuniões na Universidade Federal do Estado (Ufes) com o objetivo de identificar as vítimas e as famílias.
Ela salienta a intransigência e a falta de diálogo do governo com os familiares de policiais que bloqueiam a saída dos batalhões desde o dia 4 de fevereiro. Outra grande decepção foi a falta de inclusão de entidades do movimento social nas negociações.
Galdene aponta que a Igreja Católica insistiu e conseguiu entrar nessa mesa de negociação, mas o governo chamou apenas a seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) e o Espírito Santo em Ação, ONG formada por empresários. Nem mesmo o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) foi chamado para participar.