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Unanimidade à força

O governador Paulo Hartung (PMDB) fez um discurso carregado de simbolismos na solenidade de posse dos novos membros de sua equipe para a segunda parte do mandato. A solenidade que aconteceu nesta quinta-feira (9) no Palácio Anchieta reuniu autoridades de vários poderes. Hartung tentou convencer os presentes de que seu arranjo (institucional e político) continua bem forte. Mas será que é assim mesmo?
 
A crítica ao perfil político do secretariado foi rebatida com o governador destacando a excelência das pessoas que o cercaram e o cercam ao longo de sua trajetória política, mas não chamou ninguém de Neymar. Hartung está se cercando de lideranças políticas de vários municípios e vai usar o espaço do governo para fortalecer as lideranças que vão se tornar a base de seu palanque em 2018. Palanque que, em princípio, objetiva o Senado.
 
Hartung também fez afagos nos que seguraram a onda durante o caos na segurança pública. Elogiou o vice-governador César Colnago (PSDB), o secretário de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, e o secretário de Controle e Transparência Eugênio Riccas, que fizeram a tropa de choque do governo durante a crise, integrando a Comitê Permanente de Negociação.
 
O governador ainda tirou casquinha da crise, alegando que muita gente esfregou as mãos torcendo pelo caos, o que irritou muita gente na classe política. Afinal, se havia alguém no Espírito Santo que sabia da iminência do movimento da Polícia Militar, essa pessoa era o governador, como ele mesmo afirmou, na época da crise, em entrevista para a jornalista Miriam Leitão, e posteriormente, na Folha de S. Paulo, mesmo assim o governador não agiu para evitar o pior.
 
As ações de Hartung, com os projetos que incentivam a inadimplência (Refis) e o controle que vai controlar o acesso dos militares ao seleto clube de oficiais, aliados ao seu discurso autoelogioso, desconectado com o mundo de críticas ao seu modelo, mostram que o governador inaugura uma nova postura em seu terceiro mandato.
 
Se no passado Hartung buscava seduzir as lideranças, com trocas vantajosas, agora o discurso é ame-o ou deixe-o. Hartung falou muito em time, em acreditar no coletivo, mas isso só vale se ele for o técnico, o juiz e o dono do clube.
 
Fragmentos:
 
1 – O ex-deputado estadual Atayde Armani deve assumir a presidência do DEM estadual. O partido estava sob o comando do ex-prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, que deixou o posto para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado.
 
2 – O deputado estadual Theodorico Ferraço assumiria o posto, mas acabou apoiando Armani para o comando da sigla. Ele também recebeu o apoio de Rodney Miranda, da deputada federal Norma Ayub e demais membros do partido.
 
3 – A juíza da 1ª Vara do Trabalho de Guarapari, Ana Paula Rodrigues, deu ganho de causa para ex-funcionários de uma prestadora de serviços da prefeitura de Guarapari e vão receber as rescisões de contrato. A Justiça determinou o sequestro de bens da prefeitura de cerca de R$ 500 mil para pagar a dívida com a Albina Limpeza e Conservação.

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