Em dezembro passado, o PT lançou, em Brasília, um manifesto de um movimento interno que prometia mexer com a estrutura do partido. O primeiro teste deste movimento acontece agora, no Processo de Eleição Direta (PED). No Estado, o movimento é representado pela chapa do deputado federal Givaldo Vieira, que se desligou do grupo do ex-prefeito João Coser, e vai enfrentá-lo na disputa.
Esse enfrentamento também está sendo reproduzido nas eleições das municipais, embora existam muitos diretórios no Estado, com chapa de consenso e com grande influência do grupo de Coser. Isso é importante nesse debate, afinal, além dos presidentes municipais, o partido pretende definir os delegados que vão votar na Estadual.
Mas em algumas cidades é possível perceber o embate de forças internas. É o que acontece no município da Serra. A ideia era de que três chapas disputassem o comando da municipal, mas o processo acabou afunilando para dois grupos apenas. O primeiro, encabeçado por Miguel Júnior, com o apoio do vereador Aécio Leite, que por sua vez é ligado ao grupo de Coser.
O restante da militância se uniu à candidatura de Manoel Bueno dos Santos, o Nego da Pesca. Ele está dentro do movimento que levou Givaldo Vieira a disputar o comando do partido no Estado, reproduzindo o movimento Muda PT, também em nível estadual.
Givaldo disputou a eleição de prefeito na Serra, em 2016, logo sua principal base para a conquista de delegados está no município. O deputado conseguiu agregar dentro do projeto que segue a linha nacional, lideranças de várias correntes, o que o fortalece no processo, mas não garantiria maioria dos delegados.
Coser, na eleição interna passada, quando o processo era por voto direto dos militantes, teria promovido um processo de filiação em massa para garantir eleitorado, o que lhe dá certa vantagem na escolha de delegados. O deputado estadual José Carlos Nunes, porém, tem maior influencia no setor sindical do partido, uma das áreas mais fortes, o que o coloca também em grande vantagem.