A eleição da Associação dos Municípios do Estado (Amunes) que nos últimos anos passou despercebida, desta vez ganha contornos políticos com influência no processo eleitoral de 2018. O trabalho de meses do prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), correndo o Estado e angariando apoio de prefeitos está em sério risco com a entrada do Palácio Anchieta na jogada.
O governador Paulo Hartung (PMDB) percebendo as questões acessórias nessa discussão, entrou em campo para conter o avanço de uma articulação da oposição para a conquista daquele espaço. Não é que Gilson Daniel seja um opositor a Hartung, muito pelo contrário, o prefeito até tentou se aproximar do Palácio Anchieta, mas governador não parece ter se esquecido daquele documento elaborado pelo verde, na campanha de 2014, com a assinatura de mais de 60 prefeitos em favor da campanha de Renato Casagrande (PSB).
Sem antecipar nada, como é de seu costume, Hartung deixou Daniel preparar o terreno para a sua candidatura e deixou que seus desafetos buscassem aproximação com o prefeito. E assim, Daniel ganhou o apoio da senadora Rose de Freitas (PMDB) e do deputado estadual Josias Da Vitória.
Agora, na reta final para as inscrições, Hartung entra em campo para pedir votos ao prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PMDB), que até semana passada jurava de pés juntos que não tinha interesse na disputa. Ao mesmo tempo, Hartung escala o prefeito de Cariacica, Juninho (PPS), para demover Gilson Daniel da disputa pela presidência da entidade.
Não vai surpreender ninguém se na próxima segunda-feira (13), quando acaba o prazo das inscrições para disputa, que será no dia 28, apenas uma chapa, encabeçada por Zanon, for registrada. Vai surpreender, sim se Gilson Daniel mantiver a candidatura e vier a confirmar os votos de mais de 40 prefeitos, que angariou nos últimos meses.
Mas até entre os aliados de Gilson Daniel, sempre se soube que se Zanon entrasse na disputa, a eleição do prefeito de Viana faria água. Além da experiência maior, do fato de ser um prefeito do interior, ajuda Zanon. Além disso, os prefeitos em crise financeira precisam do apoio do governo do Estado. Tudo bem que esse apoio hoje não tem significado recursos, mas os gestores sabem que se está ruim hoje, o governo do Estado pode se encarregar de deixar a coisa ainda pior. Por isso, se o governador mandar votar em Zanon, é isso que os prefeitos devem fazer.
Fragmentos:
1 – O prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB) foi esperto. Segurou o quanto pôde o reajuste da tarifa do transporte municipal, para não entrar no desgaste inicial. É claro que vai ter chiadeira, mas como a passagem do Transcol já subiu faz tempo, não acumula a bronca. A decisão saiu nessa quinta-feira (9). A passagem sobe de R$ 2,80 para R$ 3,20.
2 – O prefeito de Colatina, Sergio Meneguelli (PMDB), deu mais um exemplo de como se administra crise com os servidores. Em reunião nessa terça-feira (7), a prefeitura criou um grupo de trabalho para resolver as questões trabalhistas e discutir pendências com os secretários e ainda, o pagamento de 40% de insalubridade a todos os agentes de serviços urbanos. A próxima reunião com o sindicato vai acontecer no dia 29 de março.
3 – Não demorou para o deputado Esmael Almeida (PMDB) começar seu processo de afago no eleitorado. Nesta sexta-feira (10), a Asssembleia Legislativa realiza sessão solene para comemorar o Dia do Metodismo Capixaba, por solicitação do deputado.