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Ferraço, o agitador

O cenário político para o governador Paulo Hartung (PMDB) está muito diferente dos velhos tempos da unanimidade. Disputa na eleição da Associação dos Municípios do Estado (Amunes) e a formação de uma frente parlamentar na Assembleia Legislativa mostram que a polarização está ganhando cada vez mais corpo no Estado.
 
Esse cenário não teve início a partir da disputa eleitoral de 2014 ou com a crise na segurança, que deixou a população capixaba trancada em casa por mais de uma semana. Ele começou a se tornar visível a partir da posição do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), que passou a se desalinhar da base governista.
 
A não reeleição de Ferraço para a presidência da Assembleia deixou o deputado magoado, não pela disputa, mas pela ingerência do governador Paulo Hartung no processo, a quem o deputado tanto ajudou à frente da Mesa Diretora. Uma vez na oposição, Ferraço traz segurança aos colegas de Plenário para engrossarem o coro dos descontentes.
 
É verdade que não foi ele quem inaugurou a possibilidade de se questionar o governador na Assembleia. O deputado Sérgio Majeski (PSDB) tem feito isso desde o primeiro dia de mandato. Mas não se tratava até aqui de um movimento oposicionista, apenas reflexivo sobre os assuntos em pauta. Majeski se declarou oposição recentemente, e assinou ao lado de Ferraço e dos dois deputados do PSB – Bruno Lamas e Freitas – a criação da frente parlamentar.
 
Mas a questão é que os questionamentos de Majeski não preocupavam o governo, já que são pautados na discussão legalista. O que Majeski faz é com base no regimento e nos anseios da sociedade verbalizar as insatisfações e os problemas na linha política do governador. Mas com Ferraço é diferente, já que se trata de uma oposição política propriamente dita, que garante um pilar para a base.
 
Não é por acaso que o governador já tenha, segundo a rádio corredor, procurado Ferraço para conversar. Há quem diga que o próprio Hartung já ligou umas quatro vezes para Ferraço e não teria sido atendido. Não tem jeito, Hartung, pela primeira vez desde 2003, vai ter de enfrentar uma oposição vinda de um ator político histórico no Estado. Um ator político que, por sinal, já deu início ao processo de desgaste que marcou o fim da carreira política de um governador no passado.
 
Fragmentos:
 
1 – As mulheres são as mais prejudicadas na proposta de reforma da Previdência Social do governo federal em tramitação na Câmara dos Deputados. Ela participou do evento na Assembleia Legislativa nessa segunda-feira (13) para debater as políticas para mulheres.
 
2 – Segundo a senadora a proposta original fará com que as mulheres percam 10 anos de aposentadoria. Isso porque em vez de 55, elas só poderão parar de trabalhar aos 65 anos. “Elas terão de pagar mais uma década para a Previdência. Os prejuízos são relativos a 130 salários a menos”.
 
3 – “Da mesma forma que você cidadão capixaba, que luta com tanta dificuldade, sabe qual é o saldo de sua conta corrente, é importante dar transparência e possibilitar o conhecimento de quantos bilhões existem na conta do governo do Estado, administrados pelo competente governador Paulo Hartung”, ironizou o deputado Bruno Lamas, em sua página no Facebook.

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