O grupo de servidores decidiu fazer um protesto no prédio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) nesta quarta-feira (22). Insatisfeitos com a gestão da Saúde, os trabalhadores foram pedir explicações ao secretário Ricardo de Oliveira, e acabaram sendo recebidos pelo subsecretário de Gestão Hospitalar, Fabiano Marily.
Os servidores, com o apoio do Sindisaúde, se queixaram da transferência do Pronto-Socorro do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, que fechará para reforma por tempo indeterminado, para o anexo do Hospital da Polícia Militar (HPM). Com a mudança, que deve ocorrer até o final de abril, as crianças passarão a dividir o mesmo espaço que pacientes adultos em estado grave, vítimas de violência urbana e de acidentes de trânsito.
Segundo Valdecir Gomes do Nascimento, do Sindisaúde, a melhor solução seria transferir o Pronto-Socorro para o ambulatório do Hospital Infantil durante a reforma, o que evitaria expor as crianças a ambiente inadequado.
Os trabalhadores reclamaram a Marily que os gestores da Sesa não informam, ao certo, qual será o futuro dos servidores de carreira do antigo São Lucas, que há sete anos atuam no HPM. O São Lucas, após a reforma, voltou a funcionar, desde dezembro do ano passado, antigo endereço (Forte São João), mas os servidores da Sesa não foam aproveitados na nova estrutura, que passou a ser gerida por uma organização social.
Além de terem perdido seus locais de trabalho, os servidores estão inseguros quanto ao futuro. “Ficamos com um sentimento de enganação e injustiça. Mais de sete anos no HPM, aguardando o fim da reforma para o retorno e agora nada”, reclamou um servidor. Logo em seguida, após reunião com Fabiano Marily, o subsecretário prometeu que os servidores continuarão no HPM.
Outro queixa dos servidores foi justamente com relação à política de terceirização da saúde e especialmente a gestão do HEUE. Valdecir afirmou que a população tem reclamado do atendimento no novo São Lucas. Ele disse que a qualidade caiu e o número de atendidos caiu.
Para o Sindisaúde, o governo do Estado está acabando com o SUS. O sindicato critica a contratação de organizações sociais, que passaram a terceirizar os serviços de saúde. O sindicato alerta que muitas dessas organizações só visam o lucro, remuneram mal seus funcionários e economizam até em medicamentos.
O Sindisaúde critica a terceirização e aponta que a política de saúde do atual governo torna o SUS uma espécie de “plano de saúde público”, que contrata serviços para seus “clientes”. Para manter a rentabilidade do sistema, segundo o sindicato, o setor privado costuma buscar alternativas de restrição do acesso, economia na utilização de insumos e na valorização dos profissionais. “Ou seja, as vagas diminuem, as filas aumentam e a qualidade do serviço piora”, afirma o sindicalista.