Na entrevista do governador Paulo Hartung (PMDB) ao jornal Valor Econômico desta quarta-feira (29) ficou evidente que o prazo dado pelo governo federal para que Estados e municípios aprovem a reforma previdenciária vai ser uma brecha utilizada por boa parte dos governadores para evitar mais desgaste com os servidores estaduais.
Hartung elogiou a decisão do presidente Michel Temer (PMDB), já que expirado o prazo de seis meses sem deliberação das Assembleias, o modelo aprovado nacionalmente deverá ser seguido pelos Estados, o que tira a pressão sobre governadores e prefeitos. ???Criou-se um mecanismo de adesão à reforma federal. Pode haver negociações locais, mas tem-se o marco. O simples não pronunciamento já é uma adesão a ele???, afirmou o governador ao jornal.
O governador destacou que sempre defendeu a reforma previdenciária, pois considera o sistema é insustentável, mas ao ser questionado se enviaria um projeto neste sentido para a Assembleia, o peemedebista desconversou, dizendo que vai se posicionar de acordo com as deliberações do Congresso Nacional.
Na semana passada, o governo federal anunciou que tiraria os estados e municípios da reforma e alguns governadores disseram ter sido pegos de surpresa com a decisão. Hartung disse, no início da semana, que a ideia era um erro e que o ideal seria uma unificação do modelo.
Depois da crise da segurança, que foi causada pela reivindicação dos familiares dos Policiais Militares sobre perdas salariais, fruto do ajuste fiscal adotado pelo governador, enviar uma reforma previdenciária à Assembleia poderia ser a gota d???água na relação que já está bem desgastada.