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Acordo coletivo dos trabalhadores da Aracruz Celulose (Fibria) ainda não foi fechado

As negociações entre a Aracruz Celulose (atual Fibria) e o Sindicato dos Trabalhadores Químicos e Papeleiros do Estado (Sinticel-ES) paa fechamento do acordo coletivo dos trabalhadores, que perdura desde 2016, permanecem emperradas em virtude da intransigência da empresa apresentar proposta que não represente retirada de direitos para a categoria.

Foi necessário que representantes do sindicato questionassem o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, em evento na fábrica de Aracruz, no norte do Estado, para que a empresa aceitasse receber uma nova proposta.

De acordo com o diretor do Sinticel, Aloir Rodrigues, a última reunião feita entre o sindicato e a Fibria foi em 27 de março. Na ocasião, a empresa manteve a proposta de reajuste de 8,5%, para em duas vezes e com a segunda parcela não retroativa à data-base da categoria; supressão do plano odontológico; e abono indenizatório de R$ 2,5 mil. A entidade considera que esta proposta representa retirada de direitos dos trabalhadores e não condiz com outros acordos firmados em unidades da Fibria de outros estados.

Na mesma semana, por coincidência, os diretores do Sinticel estavam na fábrica da Fibria de Aracruz no mesmo momento em que o presidente da empresa, Marcelo Castello, visitava a planta para um evento. Com faixas cobrando melhor proposta da empresa, os representantes dos trabalhadores participaram do evento e, no momento destinado a perguntas, questionaram o presidente sobre a proposta de reajuste paga em duas vezes e a supressão de direitos.

Castelli pediu, então, que o sindicato apresentasse uma nova proposta e estendeu a data-base da categoria por mais 20 dias – ela era garantida até o último domingo (2). O Sinticel prepara agora uma proposta sintetizada para ser apresentada à empresa ainda nesta semana e, caso não haja resposta, encaminharão a pauta ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Aloir adianta que a proposta é razoável e fácil de fechar, mas, caso a empresa não queira pagar, e entidade acionará o MPT.

A proposta da Fibria difere em muito do acordo fechado em outras unidades da empresa. Ela é considerada a maior produtora de celulose do mundo, commodity que teve mais de cinco reajustes entre setembro de 2016 e fevereiro de 2017.

Nas demais plantas da Fibria os trabalhadores tiveram abono de R$ 1,8 mil, sem supressão de direitos e em Portocel, que também é uma unidade da Fibria, o acordo foi fechado em setembro de 2016, com manutenção do plano odontológico e também com abono de R$ 1,8 mil.

A proposta da empresa é trocar o plano, que hoje é gratuito para o trabalhador, oferecendo quatro opções de pacotes nos valores de R$ 12, R$ 25, R$ 50 e R$ 90 (valores aproximados), sendo que a opção que mais se aproxima do atual no que diz respeito à cobertura dos serviços é o de R$ 90 por pessoa.

Isso representa, por exemplo, que em uma família de quatro pessoas, se o trabalhador tiver de arcar com o valor de R$ 90 por pessoa, terá prejuízo de mais de R$ 4 mil em um ano. Atualmente, o trabalhador arca com uma cota de 10% se utilizar os serviços do plano, ou seja, no mês em que não usar, o trabalhador não paga nada. 

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