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Justiça quer saber do paradeiro de escutas telefônicas da Operação Naufrágio

Quase oito anos depois da primeira ação de improbidade sobre fatos relativos à Operação Naufrágio – deflagrada no final de 2008 –, a Justiça segue atrás de provas apontadas pelo Ministério Público Estadual (MPES). Na última sexta-feira (28), o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Mário da Silva Nunes Neto, deu prazo de dez dias à empresa Digítro, responsável pelo Guardião da Polícia Federal na época, para que encaminhe todos os áudios de escutas telefônicas da operação.

As mídias deveriam passar por perícia judicial, mas até hoje não foram encontradas. Em fevereiro, a Justiça requisitou os áudios à polícia que informou não ter conseguido recuperar as mídias por conta de problemas técnicos. Em ofício, o coordenador de Inteligência da PF afirmou que a empresa catarinense – responsável pelo Guardião no Espírito Santo – não tem mais contrato com o órgão e que se negou a prestar o auxílio necessário para recuperação dos dados.

“Assim, tendo em vista a supremacia do interesse público e a necessidade de restauração do material que deverá ser submetido à prova pericial, determino que a empresa remeta a este Juízo mídia contendo todos os áudios no prazo de dez dias, sob pena de incorrer em multa diária no valor de R$ 5 mil”, ordenou o juiz.

O processo (0020191-83.2009.8.08.0024) faz parte de um conjunto de ações contra familiares do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), desembargador aposentado Frederico Guilherme Pimentel, um dos presos durante a Naufrágio. Neste caso, o Ministério Público acusa Pimentel e mais nove pessoas de loteamento de cartórios. Segundo as investigações, o grupo teria se articulado para criar e distribuir as unidades para pessoas ligadas à família do ex-desembargador.

De acordo com a ação, com fundamento nas investigações da Polícia Federal, a família do desembargador aposentado pretendia dividir os recursos desviados com a criação do Cartório do 1º Ofício da 2ª Zona, em Cariacica. As apurações teriam revelado também divergências para escolha do “laranja” que assumiria o cartório. Na época da denúncia, o órgão ministerial chegou a pediu o afastamento de Pimentel e a suspensão dos efeitos da designação de outro tabelião em cartório que havia sido recém-criado em Cachoeiro de Itapemirim (região sul).

Além do ex-presidente do TJES, foram denunciados os quatro filhos do magistrado: o ex-juiz Frederico Luis Schaider Pimentel, o Fredinho (que foi demitido do cargo) e as serventuárias Dione Schaider Pimentel Arruda, Roberta Schaider Pimentel e Larissa Schaider Pimentel. Também figuram no processo a juíza aposentada Larissa Pignaton Sarcinelli Pimentel, mulher de Fredinho, o ex-tabelião do cartório sob suspeita, Felipe Sardemberg Machado, o ex-assessor jurídico da presidência do Tribunal, Leandro Sá Fortes (genro de Pimentel), o oficial de cartório Clodoveu Nunes Vanzo e o advogado Henrique Rocha Martins, marido de Dione.

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