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Donos da Telexfree se tornam réus em ação penal por lavagem de dinheiro

A Justiça Federal do Espírito Santo recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público Federal no Estado (MPF/ES) contra os donos da Telexfree, Carlos Nataniel Wanzeler e Carlos Roberto Costa, e seus familiares pelo crime de lavagem de dinheiro. Foi apontada a realização de 81 operações financeiras que movimentaram R$ 55,5 milhões entre março de 2012 e junho de 2013. Para o MPF, os valores eram “provenientes direta ou indiretamente de atividade criminosa”.

Segundo a denúncia inicial (0500614-89.2017.4.02.5001), o Ministério Público sustenta que os recursos eram transferidos de contas da empresa Ympactus Comercial – que utiliza o nome fantasia “Telexfree” – para contas das empresas Worldxchange Intermediação e Negócios Ltda e KLW Prestadora de Serviços, ambas do grupo.

Também foram denunciadas as familiares de Carlos Wanzeler:  Febe Vanzeler de Almeida  e Souza (irmã), Marilza Machado Wanzeler (irmã), Marisa Machado Wanzeler Salgado (mãe)e Lyvia Mara Campista Wanzeler (filha). Além da condenação do denunciados, o MPF pede ainda que seja mantida a apreensão de bens e valores das empresas e seus sócios e, que, ao final do processo, seja decretado seu perdimento, por se tratarem de produto de atividade criminosa.

De acordo com o MPF, foram realizadas duas operações financeiras na manhã do de 19 de junho de 2013, dia seguinte à publicação de matéria em um site do estado do Acre sobre decisão judicial que bloqueou as contas bancárias, aplicações financeiras, valores e bens em nome da Ympactus e de seus sócios. Segundo a ação, a maior parte dos recursos transferidos (R$ 51,6 milhões) foram parar na conta da Worldxchange, que está em nome de uma mãe e uma irmã de Carlos Wanzeler.

Trocas de mensagens entre os denunciados, que foram rastreadas durante a investigação, demonstraram que eles tentaram realizar as transferências assim que tomaram conhecimento da decisão judicial, ainda na noite do dia 18. A decisão da Justiça acreana é do dia 13 de junho, portanto, as transferências foram realizadas justamente no período entre a expedição dos documentos oficiais dirigidos ao Banco Central e a concretização dos bloqueios.

As outras 79 operações foram realizadas antes do bloqueio das contas da Ympactus (Telexfree). Além da Worldxchange, também foram feitas transferências para contas da KLW Prestadora de Serviços, empresa de propriedade de Marisa e Lyvia Wanzeler, respectivamente irmã e filha de Carlos Wanzeler.

O MPF também afirma que a Worldxchange alimentava a conta da KLW para pagar funcionários e cobrir despesas. O próprio Carlos Wanzeler injetava dinheiro de sua conta pessoal para as contas da Worldxchange, para pagamento de despesas diversas, como também para ocultar a natureza do dinheiro.

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