Os cinco soldados, no entanto, estão presos acusados de participação no episódio do dia 25 de fevereiro, quando o logo após o movimento de mulheres decidir desbloquear os acessos dos quartéis, batalhões e unidades da PM, a Corregedoria da Polícia Militar se dirigiu às imediações do 4º Batalhão, para efetuar a prisão do Capitão Assumção.
Naquele momento, o clima era tenso. As mulheres que presenciaram a tentativa de prisão, reclamaram que os oficiais da Corregedoria agiram com truculência, sobretudo o coronel-corregedor Ilton Borges. Houve um bate-boca entre os oficiais e soldados que estavam nas imediações do batalhão.
Apesar de estarem sendo acusados de agredir o coronel e os oficiais que os acompanhavam, a defesa dos soldados sustenta que não houve agressões. Para corroborar, foram apresentados nos pedidos de habeas corpus – que foram negados – imagens das câmeras de videomonitoramento do local da confusão e de vídeos feitos pelos próprios policiais que mostram que os soldados não agiram com violência.
Além disso, um dos soldados presos sequer estava no local do fato. Ele havia passado a noite em outro local e não havia voltado para as imediações do 4º Batalhão.
Um dos mais fortes argumentos para manter os soldados em prisão preventiva por 70 dias é o fato de eles haverem supostamente desacatado uma ordem judicial. No entanto, mesmo que o argumento fosse válido, o Código Penal Militar prevê que um militar acusado seja colocado em liberdade até o julgamento caso tenha moradia, emprego fixo e não represente ameaça ao processo, o que é o caso dos soldados. A acusação sustenta que, como obstruíram o cumprimento de ordem judicial uma vez, teriam a disposição de fazer novamente.