Moradores de Guarapari irão protestar nesta sexta-feira (16), a partir das 6h, na Ponte de Guarapari, em Muquiçaba, contra o novo decreto de embarque e desembarque exclusivo no Rodoshopping. O decreto, publicado na última quinta-feira (8), listou ainda oito pontos de embarque fora do local, paliativo que, no entanto, não agradou os usuários das linhas intermunicipais.
Os moradores também rejeitam a determinação de venda exclusiva de vale-transporte no Rodoshopping e o pagamento de taxa de embarque. A decisão foi tomada em assembleia realizada sábado (10), na praça da Itapemirim, em Muquiçaba. Desde o anúncio do retorno do embarque exclusivo, usuários do transporte intermunicipal estudam formas de reação à medida.
A medida do prefeito Edson Magalhães (PSD) vai reacender o clima de manifestações que movimentou o município entre os meses de agosto e setembro do ano passado, quando moradores bloquearam vias importantes para expressar insatisfação. Para muitos usuários de transporte intermunicipal, o decreto pode significar um aumento de R$ 28 no gasto semanal com passagens, com a necessidade de pegar um ônibus convencional de R$ 2,80 para a rodoviária.
Mas o contexto mudou. Em 2016, quem dirigia o Executivo era um prefeito em final de mandato. Agora, Guarapari tem outro prefeito e em início de mandato. Ou seja, com apenas seis meses, Edson Magalhães pode enfrentar grande desgaste. Por um lado, decidiu ressuscitar um projeto controverso e, como o antecessor, Orly Gomes (PDT), sem ouvir a população. De outro, segundo acusam moradores, Edson Magalhães voltou as costas para promessas de campanha, como não mexer com a questão do Rodoshopping.
O embarque e desembarque exclusivo no Rodoshopping, a nova rodoviária de Guarapai, não é resultado de estudos, planejamentos ou da opinião de passageiros. É apenas uma exigência contratual entre a prefeitura e a concessionária Telavive. Para os usuários de transporte, o decreto submete o funcionamento da cidade às exigências da concessionária do Rodoshopping.