No caso da Aracruz Celulose, o problema é mais antigo e tem relação com o Canal Caboclo Bernardo, construído em 1999 para transpor água do Rio Doce até a sua Fábrica C, por meio do Rio Riacho, que deságua entre as comunidades de Vila e Barra do Riacho. Já a Samarco é cobrada pela omissão em relação aos impactos do crime do rompimento da barragem em novembro de 2015, que agravou a situação.
Com o crime da mineradora, toda a contaminação com rejeitos de minério que atingiu o Rio Doce chegou, através do Canal, também no Rio Riacho, dando o que a comunidade chama de golpe de misericórdia no agonizante corpo d'água, que sempre proveu farta pescaria para Vila e Barra do Riacho. Os moradores relatam que a impressão é de que aumentaram a quantidade de um produto que colocam na água pra disfarçar o mal cheiro e a cor, tornando-a insuportável.
Assim como a Samarco e a sua Fundação Renova, que se negam a reconhecer a comunidade como impactada. Apesar da Deliberação 058 do Comitê Interfederativo (CIF), que determinou o reconhecimento desta e outras várias localidades costeiras ao norte e ao sul da Foz do Rio Doce, bem como o cadastramento dos moradores para recebimento do auxílio emergencial e indenizações, todas essas comunidades continuam sem qualquer assistência por parte da empresa, postura que está sendo contestada pelas Defensorias Públicas Estadual e da União.