O Ministério Público Estadual (MPES) pediu a prorrogação do afastamento do prefeito de Jaguaré (região norte), Rogério Feitani (PMN), que está longe de suas funções de abril por suspeitas de corrupção. Nesta segunda-feira (19), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ofereceu denúncia no Tribunal de Justiça do Estado (TJES) contra Rogerinho e demais pessoas relacionadas a “Operação Arremate”. Eles vão responder por associação criminosa para a prática de fraudes a licitações, corrupção ativa e passiva.
De acordo com informações divulgadas pelo MPES, a Procuradoria quer ainda a proibição expressa de ingresso nas dependências da Prefeitura e órgãos municipais adjacentes por todas as pessoas denunciadas, além da indisponibilidade dos bens de todos. Os pedidos, incluindo, a prorrogação do afastamento de Rogerinho e demais pessoas envolvidas devem ser apreciadas pela 2ª Câmara Criminal do tribunal.
Os principais alvos da operação deflagrada no último dia 11 de abril foram o prefeito afastado e o seu irmão, Rivelino Feitani, que acumulava as secretarias de Obras e Transporte do município. Também foram afastados dos cargos o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Sérgio Pinto Corrêa; o pregoeiro oficial, Pedro Jadir Bonna; o presidente da Comissão Permanente de Licitações, Jefson Taylor e a servidora Simone Monteiro Quiuqui.
Durante a operação, foram apreendidos diversos aparelhos de telefones celulares e notebooks, além de farta documentação. Na residência de um dos investigados foram localizados e apreendidos diversos documentos relacionados ao processo seletivo, dentre eles “Cartões Resposta”, ou gabaritos, com os campos de respostas preenchidos, além de gabaritos com respostas diferentes para um mesmo candidato com o mesmo número de inscrição, o que constitui forte indício da existência de fraude no certame.
Os investigados são suspeitos de articular uma organização criminosa dirigida à prática de crimes de fraudes em licitações. A Operação Arremate foi deflagrada pela Procuradoria de Justiça Especial e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES. Ao todo, o Tribunal de Justiça expediu 29 mandados de buscas e apreensão e 15 mandados de condução coercitiva de servidores do município de Jaguaré e de empresários.
Atualmente, a Prefeitura de Jaguaré está sendo comandado pelo vice-prefeito Ruberci Casagrande (DEM), que deve permanecer na função até julho – caso o pedido de prorrogação do afastamento do prefeito não seja acolhido.