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MPF protocola novas denúncias contra sócios da Telexfree e mais 21 pessoas

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) protocolou oito novas denúncias contra os sócios da Telexfree, Carlos Nataniel Wanzeler e Carlos Roberto Costa, pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de dividas. Também foram denunciados familiares e divulgadores da empresa. Ao todo, o órgão ministerial aponta que os valores envolvidos na atividade criminosa ultrapassam os R$ 213 milhões – quase metade do desviado teria ocorrido com base em duas empresas.

De acordo com informações do MPF, as ações se referem a bens adquiridos, dissimulados e ocultados com recursos provenientes da atividade da Telexfree, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Em uma das ações, Carlos Wanzeler, a esposa (Katia Helia) e sua filha, Lyvia Mara Wanzeler, são acusados de manter quase nove milhões de dólares no exterior (cerca de R$ 29 milhões), sem declarar às autoridades brasileiras.

Somente nos casos das empresas Agrofruta e Brasil Factoring foram mais de R$ 100 milhões em lavagem de dinheiro. Já a empresa IRN Participações e Empreendimentos, de Inocêncio Pereira Reis Neto (Pelé Reis), captou em suas contas bancárias a quantia de R$ 65,5 milhões, tudo advindo da atividade da Telexfree.Também foram denunciados: Letícia Costa (filha de Carlos Costa), Elizabeth Cerqueira Costa Alves (irmã de Carlos Costa), Horst Vilmar Fuchs (advogado da Telexfree) e Gilberto José do Carmo Batista (contador).

O MPF denunciou ainda a compra de três imóveis: um prédio na Rua Coronel Sodré, 482, em Vila Velha, que servia de ambiente físico e sede de diversas empresas relacionadas à Telexfree, dentre as quais a Brasil Factoring; e duas salas no Edifício Infinity, na Praia da Costa, em Vila Velha. As investigações demonstraram que a aquisição dos bens visava à ocultação de patrimônio decorrente da atuação ilegal da Telexfree.

Em outra denúncia, a Procuradoria da República no Estado denunciou Carlos Roberto Costa, Jozelia Maria Sangali e Leticia Costa de crime contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, quando adquiriram apartamentos, loja e sítio inteiramente com a utilização de recursos obtidos da atividade ilícita da empresa acusada de crime contra a economia popular pela prática de pirâmide financeira.

Um dos imóveis (um terreno em que construíram três apartamentos residenciais e um ponto comercial) foi adquirido pelo casal Carlos Costa e Jozelia Sangali em Vila Velha, por meio de contrato particular de compra e venda, sem qualquer registro. Esse prédio, por exemplo, foi mantido registrado em nome do ex-proprietário (pai de Jozelia) e não foi declarado pelo casal à Receita e à Justiça Eleitoral, quando Costa se candidatou a deputado federal nas Eleições de 2014. Além disso, os alugueis provenientes dos apartamentos eram desviados para a conta do irmão de Jozelia.

Outro caso denunciado foi a compra de apartamento em nome do filho mais novo, menor de idade, como forma de manter seu patrimônio a salvo. Também teria ocorrido a lavagem de dinheiro na compra de um apartamento em Itapuã, Vila Velha. Juntas, as penas pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro podem chegar até 16 anos de prisão.

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