As obras de ampliação do Berço 207 do Porto de Vitória estão em fase final, mas moradores de Paul, em Vila Velha, denunciam que Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) não cumpriu as condicionantes que envolvem o projeto, como obras de drenagem na região da Praça de Paul e o desassoreamento de parte do Rio Aribiri. Ambas têm o objetivo de evitar alagamentos no bairro.
Segundo o líder comunitário Paulo César Fróes, as condicionantes foram definidas em reunião pública, ainda em 2014, com presença do Ministério Público Estadual (MPES) No entanto, em audiência com o órgão ministerial, continua Froes, a Codesa alegou que não têm dinheiro para realizar as obras. Uma nova reunião está marcada para agosto. Fróes estuda acionar o MPES contra a companhia por causa do atraso.
“As obras estão acabando e a Codesa não fez a parte dela. Os alagamentos impedem a locomoção de veículos”, lamenta o líder comunitário Leandro Ribeiro. A obra de drenagem na praça prevê a implantação de galerias que desembocariam na baía de Vitória. Leandro diz que os moradores enfrentaram mais um alagamento após a forte chuva dessa terça-feira (27).
Fróes explica que as obras de ampliação do porto também provocou a alteração do curso do Rio Aribiri, aterrando uma parte do mangue. A intervenção, continua, provocou constantes alagamentos na parte baixa do bairro, abrangida pelas ruas Vasco Alves, Lucimery Stein Lima, Paulo Natali, Jair Araújo, Alfa, Beta e parte da Estrada Jerônimo Monteiro.
Leandro lembra outras obras que a Codesa não realizou. Uma é a implantação de um cinturão verde pela Codesa para proteger o bairro as emissões de poeira provocadas pela movimentação de cargas no porto.
Outra, o rebaixamento da montanha de pedras empilhadas em uma área vizinha ao Morro do Atalaia. As obras de ampliação do Terminal Dolfins de Atalaia depositou as pedras na área, gerando, no entanto, poluição, sujeira e problemas respiratórios nos moradores.