A Prefeitura de Vitória publicou essa semana o novo edital para alienação do direito de ocupação do município de Vitória sobre a área da antiga sede do Clube de Regatas Saldanha da Gama, no Forte São João. A primeira tentativa de vender o espaço não atraiu interessados. A nova licitação foi marcada para o dia 14 de agosto.
A primeira licitação, em 19 de junho, foi marcada por uma divergência entre a prefeitura e a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), entidade interessada em assumir o espaço, quanto ao valor do imóvel, estimado pela Secretaria Municipal de Obras e Habitação (Semohab) em R$ 5 milhões. A proposta é que o Clube seja um museu com atividades de suporte, como café e livraria.
Se, dessa vez, a concorrência também for deserta, a secretária municipal de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro, acenou com a possibilidade de reavaliação do valor calculado pelo município. Uma questão permanece: como uma administração que lamenta a crise das finanças públicas aceitará abrir mão de R$ 1,5 milhão? A oferta da Fecomércio-ES não passa dos R$ 3,5 milhões.
A venda do Clube Saldanha da Gama foi autorizada pela Câmara de Vereadores em janeiro para que a edificação histórica seja usada exclusivamente para fins culturais. Ficou decidido que 70% do espaço será destinado a um museu. O recurso proveniente dessa operação poderá ser usado na restauração do Mercado da Capixaba e em outras ações relacionadas à preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade de Vitória.
A prefeitura já tinha recebido oficialmente o projeto de implantação do Museu da Imigração e Colonização do Solo Espírito-Santense, feito pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), o qual a Fecomércio-ES integra. Todas as propostas apresentadas serão avaliadas.
Desde 2013 estava sendo articulada a regularização da edificação. O projeto quer permitir que a cidade use novamente o Saldanha como espaço cultural. O Saldanha foi referência histórica na prática de esportes e na realização de grandes bailes. O Clube de Regatas Saldanha da Gama comprou a antiga edificação do Forte São João, em 1931. Em 1984, o imóvel foi tombado pelo município.
