“O fechamento parcial e momentâneo da BR 101 cumpre a tarefa de chamar atenção pública e cobrar respostas dos órgãos competentes”, explica Adelso Rocha Lima, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
As respostas a que o líder camponês se refere deveriam dar conta de proteger os ex-empregados da Destilaria Itaúnas S/A (Disa), que, depois da decretação de falência da empresa, ampliaram o contingente de desempregados na região e encontraram, na Reforma Agrária, a alternativa mais viável para retomar sua dignidade e segurança econômica. “Os impactos da crise atingem com mais incidência a classe trabalhadora”, argumenta.
O Acampamento Fidel Castro foi formado em outubro de 2016, no Km 29 da BR 101, próximo ao distrito de Braço do Rio e, desde então, aguarda atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) quanto ao assentamento das famílias.
Três reintegrações de posse anteriores a essa foram prorrogadas, a partir da mobilização do MST com a bancada capixaba no Congresso, mas até o momento, não se conseguiu uma quarta vitória e o medo do despejo, da destruição e do desencanto se apossam das famílias acampadas. “São mais de 50 hectares de lavoura em plena produção”, lamenta Adelso.
O Espírito Santo tem mais de mil famílias acampadas, aguardando assentamento por Reforma Agrária, segundo preconiza a Constituição Federal.