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Criação de coletivo marca ressurgimento da luta por moradia no Estado

A prova de que Ocupação Chico Prego, instaladas no prédio do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), no Centro de Vitória, revigorou a luta pela moradia no Espírito Santo acontece nesta quarta-feira (19) com a fundação do Coletivo Resistência Urbana. 
 
A fundação do coletivo representa um passo além do mero voluntarismo para refletir sobre problemas urbanos como o déficit habitacional. A ideia é tratar a questão da moradia de forma profunda e sistemática. 
 
“Queremos repensar a cidade, com autonomia frente a partidos e governos. Para quem serve a cidade onde a gente vive? A organização de ocupações urbanas é o nosso eixo central”, analisa o sociólogo Lucas Martins, integrante das Brigadas Populares.  
 
A Ocupação Chico Prego começou no início de abril com 700 famílias demarcando lotes em terreno entre os bairros Grande Vitória e Universitário, na Grande São Pedro, e que depois ocupou a cantina da Casa do Cidadão, em Itararé. Organizado, ocupou e executou uma grande operação de limpeza no IAPI, um prédio abandonado pelo poder público há anos. Hoje cerca de 150 famílias ocupam o prédio.
 
A profunda crise econômica brasileira provoca reflexos na Grande Vitória também com outras ocupações, que acontecem em Carapina, André Carloni e Nova Almeida, na Serra. Juntas, tais ocupações somam pelo menos 1.500 famílias. O quadro, embora grave, injetou novo ânimo nas discussões sobre reforma urbana no estado. 
 
“A ideia é utilizar essa insatisfação de forma ampla, discutindo políticas públicas e até a composição geográfica de Vitória”, diz Lucas. A questão do transporte público também integra o escopo de reflexões do coletivo: “Por que tantos gastam três horas para chegar ao trabalho e alguns apenas quinze minutos?”, questiona.
 
Enquanto isso, a Ocupação Chico Prego, um dos mais exuberantes movimentos sociais urbanos dos últimos anos, enfrenta a expectativa de uma ação de reintegração de posse marcada para o próximo domingo (23). Para ser consumada, no entanto, a Superintendência do Patrimônio da União no Espírito Santo (SPU-ES) deve oferecer transporte para a retirada dos bens das famílias no prazo máximo de até 24 horas antes da ação.  
 
A reunião de lançamento será realizada na sede do Sindicato dos Bancários do Estado (Sindibancários-ES), a partir das 18h30, também no Centro de Vitória.

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