Os moradores de Paul, em Vila Velha, mostraram indignação com o projeto da Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa) para a deposição das pedras da obra do Berço 207 do Cais do Atalia. A princípio, não haverá retirada das pedras, contrariando o principal desejo dos moradores. A questão não foi nem levantada. Na audiência pública realizada quarta-feira (17), a companhia apresentou apenas um projeto paisagístico para o local.
“Eles apresentaram um projeto com gramado e plantio de árvores. Não vão fazer nem o rebaixamento”, disse Geremias Wyatt, presidente do Movimento Comunitário de Paul. “Não é isso que a comunidade quer. Ela exige a retirada das pedras. Eles ainda vieram com a história de que não vai ter calor por causa do projeto paisagístico”, continua o líder comunitário.
A revolta dos moradores pode acabar em protestos contra a Codesa, segundo Geremias. “Os moradores estão dispostos a fechar a entrada da Codesa todo dia”, diz. Os moradores mostram certeza de que o projeto paisagístico vai apenas mitigar o problema da poluição e do calor.
A comunidade também cobrou indenização por rachaduras nas casas provocadas pelo impacto das obras.
Há cerca de três anos, a ampliação do Terminal Dolfins de Atalaia, realizada pela Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa), causa sujeira, poluição e problemas respiratórios à comunidade do Morro do Atalaia. As pedras retiradas pelas obras estão sendo depositadas em uma área vizinha ao morro e formam uma parede imensa de concreto. Os moradores apontam que a pedras foram depositadas em um local que favorece o espalhamento da poeira pelo ar.
O projeto, no entanto, ressalva Geremias, não é definitivo. Haverá ainda uma reunião no final de agosto com o Ministério Público Estadual (MPES), para discutir o problema.