A Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC) está cobrando do governador Renato Casagrande (PSB) uma audiência sobre a poluição da praia, causada principalmente pelo pó preto emitido pelas empresas Vale e ArcelorMittal. O pedido foi feito no dia 15 de maio de 2012, por meio de um protocolo na Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), mas até agora a entidade não recebeu sequer uma resposta do governador.
Segundo Paulo Pedrosa, presidente da AAPC, a intenção dos moradores é apenas abrir um canal de diálogo com o Executivo estadual. Para ele, a situação da praia de Camburi requer isso. “Os moradores não estão nem um pouco satisfeitos com que tem sido feito com a nossa praia”, protesta.
No documento, a associação também critica a omissão dos órgãos ambientais, conhecidos por atuarem mais em favor das grandes empresas em detrimento da sua real função de fiscalizar e punir quem degrada o meio ambiente.
O pó preto é um dos principais problemas ambientais – se não for exatamente o principal – da Grande Vitória. Diariamente, a população da região, em especial da Capital, convive com altos índices das emissões de poluentes vindas das megaempresas instaladas na Ponta de Tubarão.
Dentro do tema, é grande a luta de diversas entidades pela não liberação da Licença de Operação (LO) para a 8ª Usina de Pelotização da Vale, em trâmite no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
O movimento Pó Preto, em relação à nova unidade da mineradora, está em situação parecida com a AAPC: espera desde julho passado uma resposta a um documento protocolado no Iema, que pede, dentre outras coisas, uma série de estudos e justificativas técnicas das últimas ações de controle ambiental feitas sobre as empresas atuantes na Ponta de Tubarão e a não liberação da 8ª Usina.