Famílias que ocuparam até sábado (22) o prédio do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), no Centro de Vitória, realizaram nova ocupação nesta terça-feira (25) em um prédio particular de três andares perto da Praça Oito, também no Centro da capital. A Polícia Militar (PMES) foi até o local, mas após negociações com representantes da ocupação, da Defensoria Pública Estadual (DPES) e de entidades de Direitos Humanos, os policiais deixaram o prédio.
Com 47 pessoas, o novo movimento reúne famílias que, absolutamente sem ter para onde ir, foram para uma quadra esportiva no Morro da Piedade, também no Centro, após a execução da ação de reintegração de posse do IAPI no domingo (23). A ocupação no imóvel da União reunia cerca de 150 famílias e antes de domingo a maior parte conseguiu abrigo em casas de parentes ou amigos.
“Estruturalmente, o prédio está em boas condições, mas em estado de abandono”, pontua Lucas Martins, das Brigadas Populares e representante da ocupação.
Realizada sábado e domingo, a desocupação do IAPI foi marcada pela omissão da Prefeitura de Vitória, única instituição que descumpriu o ajuste de conduta mútua acordado na reunião preparatória ao cumprimento da reintegração. A reunião aconteceu em 27 de junho.
O Executivo municipal foi representado na ocasião pelo secretário de Segurança Urbana, Fronzio Calheira Mota, e pelo assessor da Secretaria de Gestão (Seges), Marcos Delmaestro, que assinaram a ata comprometendo-se a garantir um local no Parque Tancredão, em Mário Cypreste, para a guarda dos bens dos ocupantes que não tivessem para onde destiná-los.
A omissão da prefeitura atrapalhou o planejamento da desocupação e adicionou mais aflição a famílias já em fragilidade social. O problema só foi contornado no domingo. A Fundação Beneficente Praia do Canto (FBPC), vinculada à Igreja Batista da Praia do Canto, e o Colégio Agostiniano, no Centro, cederam espaço para abrigar os pertences das famílias.
