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Soltura de militares não põe fim ao cerco a policiais que continuam presos

Apesar da soltura de cinco soldados que estavam presos desde fevereiro no Quartel do Comando Geral (QCG), em Maruípe, Vitória, três militares ainda permanecem presos preventivamente. O capitão Lucínio Assumção foi acusado de participação no movimento de familiares em fevereiro deste ano; Nero Walker Soares da Silva de “risco à ordem pública”, por fazer postagens em tom jocoso nas redes sociais; e o tenente-coronel Carlos Alberto Foresti, que está preso há 154 dias. Ele é acusado de incitação e fazer críticas ao Comando da PM.
 
Para o advogado Paulo César Vieira, que representa Foresti, o oficial deveria está aguardando o processo em liberdade. Vieira disse que o seu cliente, mesmo que fosse condenado, pela tipificação do crime, deveria cumprir pena em regime aberto ou receber medida alternativa à privação de liberdade.

O soldado foi preso no dia 16 de junho, na própria residência, e transmitiu pela internet o cumprimento do mandado de prisão. Para efetuar a prisão – mesmo o soldado não oferecendo qualquer resistência ou tendo comportamento agressivo – foi deslocado um aparato significativo de viaturas e o momento da prisão foi acompanhado por um coronel, o que não é comum, que segurou o braço de Soares através da grade da casa dele, o que gerou até reclamação por parte do soldado, dada a desproporcionalidade da atitude.

De acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Estado (ACS/PMBM-ES), sargento Renato Martins Conceição, a associação vai continuar tomando medidas para soltar o soldado, que é do quadro de associados. Ele vai protocolar pedido para visitar o soldado e o capitão da reserva remunerada e ver as condições em que eles se encontram.

Nesta terça-feira (25) foram soltos os soldados Hérysson Andrade Ladislau Silva, Marcos José Seidel, Caio Gumieiro de Oliveira, Fernando Januário Cristo e Marcos Israel Ferreira da Silva. Eles haviam sido presos em 25 de março, acusados de participação no episódio ocorrido nas imediações do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Vila Velha, em 25 de fevereiro, onde formou-se uma confusão generalizada em torno da prisão do Capitão Assumção, que permanece preso.

Segundo o sargento, todas as medidas em âmbito estadual para liberar o soldado foram tomadas no Tribunal de Justiça do Estado (TJES) e o caso deve ser levado à Brasília. Ele acredita quem, no caso dos cinco soldados soltos, o pedido de habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha levado o juiz Getúlio Marcos Pereira Neves, da Vara de Auditoria Militar, a revogar a prisão, já que, fatalmente, o STJ concederia o habeas corpus. “Talvez fosse gerar um constrangimento para ele e optou por conceder a liberdade aos soldados”, completou o presidente da ACS.

A soltura dos policiais aconteceu por volta das 20h30 desta terça-feira e eles saíram do QCG vestindo camisas de super-heróis. Nas redes sociais, mensagens de apoio destacam o ato de coragem dos policiais que não se acovardaram e são “verdadeiros heróis”.

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