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Comunidade escolar faz manifestação contra racismo nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira (24) será realizado o protesto contra o preconceito e em defesa da escola pública e laica, em Jardim da Penha, Vitória. A manifestação ocorrerá nos dois turnos: 9h30 e 15h30, com caminhada até o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Cida Barreto, em que foi retirado de exposição um trabalho feito por alunos simbolizando a boneca Abayomi.
 
Os professores da rede municipal de Vitória também aprovaram a participação no protesto.
 
O Cmei Cida Barreto funciona dentro da Igreja Evangélica Batista de Vitória (IEBV), no mesmo bairro, em uma estrutura alugada pela prefeitura por quase R$ 40 mil mensais. Apesar de a boneca usada para o trabalho das crianças não guardar nenhuma relação com qualquer religião, o pastor João de Brito afirmou à imprensa que o trabalho das crianças simbolizaria “macumba” – termo pejorativo usado para se referir a religiões afro-brasileiras – e por isso havia sido retirado. Além da manifestação, haverá oficinas de confecção de abayomis.
 
A permanência da unidade educacional nas dependências de uma igreja é frontalmente questionada pelo Conselho Municipal de Educação (Comev), que não autorizou o funcionamento no local.
 
A expectativa é que a prefeitura de Vitória abra uma chamada pública para locação de outro imóvel em Jardim da Penha para a instalação do Cmei, conforme se comprometeu em fazer o secretário municipal de Planejamento, Gestão e Comunicação, Fabrício Gandini em reunião com membros do Comev, do Conselho Municipal do Negro (Conegro) e do Fórum Municipal de Educação de Vitória.
 
A palavra abayomi tem origem yorubá que é um idioma da família Níger-Congo de dois países africanos e é falado na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benin, Togo e Serra Leoa. A boneca se originou na época da escravidão, quando mães que estavam nos navios negreiros as confeccionavam com o pano de suas saias, único disponível no navio, para entreter os filhos.
 
A representação, ao contrário do que o pastor alegou, não guarda qualquer relação de cunho religioso, mas é parte da identidade cultural do que é ser negro.

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