Da comunidade Angelim I, a nutricionista Letícia Camillo Silvares e a mestra Dentina trarão a arte e o saber da fabricação da farinha de mandioca e seus derivados, acompanhada pelas várias histórias sobre as influências afro-indígenas, contadas pelo jornalista e pesquisador Enio Ardohain.
Os participantes irão dos muitos Quitungos da redondeza, como Chicão e Permínia Maia, cuja família colocará a Tapioca Nordestina (com recheio de abóbora e carne seca) entre os pratos apresentados. Letícia lembra que os produtos dos Quitungos ainda são os mesmos de séculos atrás. “Praticamente tudo continua igual. Temos os beijus de Fati, feitos da goma com coco e fechados, os beijus de massa, que são abertos com coco por cima, a pamonha e o bolo de aipim na palha da bananeira”, antecipa a nutricionista.
A ideia, segundo Enio, é montar um espaço com forno de farinheira na Praça da Vila de Itaúnas, onde os visitantes poderão vivenciar a experiência de produzir farinha, comer um pouco das delícias do aipim e ainda comprar quitutes diretamente dos produtores. “Quando o homem branco chegou aqui, os indígenas da faixa litorânea, os tupiniquins, já estavam sedentarizados pela mandioca. Eles desenvolveram a tecnologia para a produção de farinha e seus derivados. O Beiju, a tapioca, o bolo de puba, todos esses subprodutos da farinha já existiam quando o português chegou, em 1500. É muito antigo e tradicional”, conta.
Essa é apenas parte do que será encontrado nos dias de festival, que se estenderá até dia 30 de setembro com programação cultural nos fins de semana e todos os pratos à disposição do visitante. Durante o feriado, haverá ainda diversas aulas-show com mestres da culinária do Espírito Santo, como Alessandro Eler, além de atrações culturais. Dos sabores capixabas, a “Moqueca de Banana” e a “Casquinha de Siri com Camarão” marcarão presença e das iguarias do mundo vêm “Parmegiana de Picanha ao molho da casa, geleia vermelha e batata frita”, a “Piadina Recheada” e o “Tagliarim malagueta artesanal”, em pratos individuais e coletivos, dependendo da escolha.
Segundo a organização do festival, o visitante encontrará drinques, petiscos, lanches, pratos principais e sobremesas, entre os 44 inscritos. “Este é o maior festival gastronômico do Espírito Santo, em diversidade de pratos”, comemora Eduardo Destefani. Quem quiser conferir, pode começar pelo “Catuçaí Love Drink” (catuaba com açaí, gelo e limão), passando pelo “Barquete de Camarão” e fechando com “Bolo do Jabá com canela”, todos com preços acessíveis. Também serão servidos “Hambúrguer Artesanal de Boi ou Frango”,“Panqueca de Camarão” ou o “Sanduba da Padoka” (pão com linguiça, requeijão e cebola).
Serviço