A declaração de Paulo Fernando Pedrosa, ex-presidente da Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC), é uma resposta a quem imagina que a extinção da ONG significa o fim da luta empreendida por seus integrantes.
“Não estamos nem um pouco desanimados. O barulho vai continuar e, agora, com muito mais pessoas”, avisa o militante, liderança de uma das mais combativas entidades ambientalistas do Estado.
A decisão pela extinção foi unânime dentro da AAPC, conta Paulo, devido ao cansaço de todos com os processos burocráticos que minavam energia para realizar ações concretas, diretamente com a população, e que mostram resultados imediatos incontestes.
“É muito desgastante. Um tempo que você usaria pra levantar fontes de renda para sua família, acaba entrando em discussões onde muitas vezes não se é ouvido”, reclama.
Nos conselhos de meio ambiente, enfatiza, “o voto que ganha não é da sociedade. Não tem divisão de poder”, lamenta.
A diretoria e demais membros da extinta entidade, no entanto, continuam unidos, e utilizando a AAPC como nome fantasia para divulgar as ações de educação ambiental que realizam. “Agora a gente não vai ter que mexer com documentação e burocracia. Vai poder trabalhar mais e tudo o que gerar de fruto de educação ambiental vai ser efeito de verdade”, comemora.
Mesmo sendo informal, sem registro em qualquer órgão oficial, a entidade-fantasia tem um estatuto e diretoria, pra facilitar o trabalho de todos e as tomadas de decisão. “Todos nós nos respeitamos. Informal agora é mais forte do que era”, assegura.
O grupo pode, inclusive, continuar impetrando ações civis públicas e solicitando parcerias para suas atividades. “Tem uma ideia, vai ajudar a humanidade? Bola pra frente”, convoca Paulo, avisando que as trilhas mensais continuam, assim como as natações noturnas e diversas outras atividades esportistas e de lazer.