Se por um lado Paulo Hartung (PMDB) acompanha com interesse as movimentações das lideranças tucanas pelo controle estadual do partido, o deputado Sergio Majeski (PSDB) é outro que tem interesse nessa movimentação. O deputado tem sido terminativo em sua posição sobre a aproximação do partido com o governador. Se o partido pular no palanque de Hartung, Majeski estará fora.
Dentro do ninho tucano, as lideranças entendem como fundamental a movimentação para a permanência de Majeski no partido. O deputado é tido como uma reserva moral para o tucanato capixaba. Um trunfo que pode ser acionado e que tem condições de colocar o PSDB no cenário eleitoral em um patamar de disputa diferenciado.
Majeski é um nome que pode garantir uma vaga ao Senado para o PSDB, mas o partido deve manter seu compromisso com Ricardo Ferraço. Os tucanos desalinhados com o Palácio Anchieta, e não são poucos, querem o deputado como candidato ao governo do Estado. Mas não é tão simples assim.
Se na Assembleia Legislativa é difícil, para não dizer impossível compor com Majeski, imagina internamente como deve ser tentar controlar o deputado. Sua candidatura ao governo do Estado é o sonho de consumo de um grupo muito forte na Executiva, mas isso tem que ser articulado com muito cuidado.
O governador Paulo Hartung tenta manobrar para tentar garantir o controle do partido na mão de aliados, mas não vai ser tão fácil. Os grupos até tentaram costurar uma chapa de consenso, como queria a nacional, mas como Colnago começou a se colocar como candidato a presidente, a reação foi imediata e vai ter enfrentamento, sim.
Isso é ruim para o governador e bom para Majeski, até porque o caminho que ele trilhava, que poderiam levá-lo à Rede, fica obstaculizado pela aproximação de Hartung com o prefeito da Serra, Audifax Barcelos. Mas Majeski também deverá dar a esse grupo que tanto o defende no partido uma contrapartida, entrando nessa disputa interna e marcando presença entre as lideranças que o apóiam, o que poderia levar o grupo palaciano ao desespero.
Fragmentos:
1 – A eleição interna do PSDB pode colocar em disputa dois antigos aliados. O prefeito Max Filho nunca escondeu sua gratidão a César Colnago, que lhe deu abrigo quando estava sem partido e isolado pelo cerco palaciano.
2 – Houve até uma tentativa de consenso em torno no nome de Ricardo Santos, mas Colnago teria colocado o nome na disputa e isso, o grupo que atualmente é maioria na executiva estadual, não aceitou.
3 – Antes da votação estadual, porém, haverá a escolha dos presidentes e executivas municipais, que acontece até dia 8 de outubro para as cidades com menos de 500 mil eleitores; e até 15 de outubro nas cidades com mais de 500 eleitores.