O governador Paulo Hartung tem construído um discurso de excelência se colocando como uma liderança que, a partir da experiência em gestão no Estado, pode ser um nome que ajudará o país a elaborar um projeto de governo de futuro.
O discurso seria ótimo se o governador não fosse traído pelas planilhas, logo elas, que ele se apega tanto. O Ranking de Competitividade dos Estados colocou o Espírito Santo em um incômodo 8º lugar, três abaixo de quando Hartung assumiu o governo em 2015. A nota cai de 67,8 para 55,7.
Ainda está acima da média nacional, que hoje é de 47,9, mas não dá para ignorar o fato de que houve uma queda e que o Rio Grande do Sul, um dos estados criticados pelo governador Paulo Hartung como exemplo de como não se deve governar um Estado, passou a frente do Espírito Santo em competitividade.
A segurança pública, problema que atraiu os holofotes nacionais de forma negativa para o Estado no início do ano, e a falta de solidez fiscal foram os pilares que ajudaram a derrubar a nota do Estado. Isso mostra que a visão de estado mínimo de Hartung, deixando de fazer investimentos em áreas sociais, também prejudica seu projeto econômico.
Outro dado social que pode prejudicar o Estado no futuro é a educação. O índice leva em consideração as notas do Enem, Ideb, Pisa e as taxa de abandono e frequência. O projeto milagroso de Hartung, o Escola Viva, veio acompanhado de um enxugamento do serviço oferecido no restante do sistema, o que elevou o índice de desistência dos estudantes do Estado. A precarização do restante do sistema educacional também vai contribuir para derrubar as notas de avaliação do ensino público do Estado.
A movimentação do governador Paulo Hartung, levando o discurso de ajuste fiscal, baseado apenas no pagamento em dia dos servidores públicos e a minúscula taxa de investimento no Estado, não segura os índices que servem de suporte para essa fala. Hartung vai ter de mostrar mais do que seu economês para convencer o eleitor e a classe empresarial de que tudo é maravilhoso no Espírito Santo.
