A cada semana, a guerra travada entre os deputados estaduais e os secretários do governo Paulo Hartung se agrava pelos microfones da Assembleia. Os secretários evitam reagir às cutucadas dos parlamentares, o que é uma orientação do governo. Embora os parlamentares tentem fazer de conta que o governador desconhece os passos de seus subordinados para evitar confrontos com Hartung, as críticas não estão agradando o Palácio Anchieta.
Há algum tempo o governador tem dado de ombros para a Assembleia, ou melhor, para os deputados. Sabe que eles não têm nada a oferecer de ganho político para o governador. Já os secretários têm conseguido apresentar resultados para o governo, fortalecendo o palanque de Hartung.
O problema é quando um ou outro cai nas armadilhas da Assembleia, a repercussão aumenta. É o caso do secretário de Agricultura Octaciano Neto, que resolveu rebater as críticas de Euclério Sampaio, avisando que irá processá-lo. Já o diretor do DER, Enio Bergoli, segue fazendo suas entregas sem se importar com o esperneio dos deputados e tirando muita foto para documentar seus atos. Não parece nada preocupado com os deputados.
Com a queda de Max da Mata (PDT) da Secretaria de Esportes, os parlamentares acreditaram que eles teriam sido o motivo, devido às muitas críticas ao titular da pasta. Agora estão percebendo que seu esperneio não tem afetado a relação do governador com os membros de sua equipe. Mas a realidade que hoje começa a ser percebida pelos deputados é de que eles não têm força para remover um secretário aliado de Hartung ou outro membro de sua equipe.
Aí bate o desespero, chamam aliados de secretários para depor em CPI, sobem o tom na tribuna contra as ações do governo, que estão entrando em suas bases com entregas. Sem conseguir destravar as emendas parlamentares, os deputados seguem de mão vazia, sem ter como agradar o eleitorado.
Passando ao largo dessa discussão pequena, o deputado Sergio Majeski (PSDB) cresce sem fazer esse tipo de ataque. Tem a legitimidade para criticar o governo, porque se assume como oposição, enquanto seus colegas de plenário passam recibo para os secretários. Chororô é que não resolve.
Fragmentos:
1 – O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nem começou a analisar o caso do prefeito de São Mateus, norte do Estado, e o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Alberto Alves (PSB), já se adiantou a dizer que está pronto para assumir o cargo. Calma!
2 – A Assembleia celebra nesta quarta-feira (27) um termo de cooperação com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES). Todos os projetos que tramitarem na Comissão de Infraestrutura terão o respaldo técnico do conselho.
3 – Frase do deputado Sergio Majeski na sessão desta quarta-feira sobre a necessidade de conscientização do eleitor: “Ninguém rouba sozinho. Conta, no mínimo, com a conivência de outros”.