Fundão e um vizinho distante, às vezes esquecido, mas está incluído entre os municípios que integram a região metropolitana da Grande Vitória. Com jeitão de interior, a cidade de 23, 760 mil habitantes (estimativa IBGE 2017), tem 14 mil eleitores, que voltam às urnas neste domingo (1) para eleger o prefeito da cidade.
Uma disputa polarizada entre João Manoel (DEM) e Pretinho Nunes (PDT). Depois que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) concluir a apuração das urnas no início da noite deste domingo, o vencedor da disputa mal poderá comemorar a vitória e terá que se debruçar sobre os desafios do município, que não são poucos.
Embora esteja também entre a seleta lista de municípios que são beneficiados com royalties sobre o petróleo. Os números econômicos e sociais da cidade não são tão animadores. Entre os 78 municípios do Estado, Fundão é o 38º em arrecadação, receita, aliás, que está em queda nos últimos anos. Em 2014, o valor arrecadado foi de R$ 72,9 milhões; em 2015 caiu para R$ 61,3 milhões; e em 2016 para R$ 56,4 milhões, uma queda de R$ 16,5 milhões entre 2014 e 2016.
Os dados são do anuário da Associação dos Municípios do Estado (Amunes). A principal receita hoje vem do Fundo de Participação dos Municípios, que representa 29% da arrecadação total de Fundão. Só para efeito comparativo, em Vitória esse recurso equivale a 10% da receita.
A queda na arrecadação pode ser observada de forma significativa no pagamento do IPTU do município nos últimos três anos. Em 2014, o município arrecadou R$ 1,5 milhão; em 2015, R$ 717 mil; em 2016, R$ 603 mil, ou seja, só com esse imposto o município deixou de arrecadar menos da metade arrecadada em 2014.
Em relação à renda per capita, o município é o 23º no Estado, com uma média de R$ 2.732,00. Presidente Kennedy, que ocupa o primeiro lugar, tem uma média de R$ 29.556,00. Em Vitória, a média é de R$ 4.065,00.
Em 2015, o salário médio mensal era de 1,8 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 22.2%. Na comparação com os outros municípios do Estado, ocupava as posições 46 de 78 e 17 de 78, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 32.9% da população nessas condições, o que o colocava na posição 66 entre as 78 cidades capixabas.
Os indicadores sociais também são acanhados. Na área de educação, o município apresenta uma nota média de 5.4 no IDEB nos anos iniciais. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 4. Na comparação com as demais cidades do Estado, Fundão ocupa o 55º lugar.
Na saúde, chama atenção a taxa de mortalidade infantil média, que na cidade é de 8.3 para mil nascidos vivos. Comparado com todos os municípios do Estado, fica nas posições 51.
Fundão apresenta apenas 39.1% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 54.1% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 23.8% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).
Independentemente do vencedor deste domingo, os números deixam claro que o novo prefeito não terá muito tempo para comemorar.