Os interlocutores do Palácio Anchieta dizem que o governador Paulo Hartung muda de partido na hora que quiser. Mas não é bem assim. O desgaste do PMDB nacional, desde a ascensão de Michel Temer, estaria fazendo o governador avaliar as possibilidades de deixar o partido, uma novela que dura desde o início do ano.
Mas pelo jeito, a coisa não é tão simples como parece. Primeiro porque os partidos que ele mira não estão tão bem na fita com o eleitor e segundo é que ao deixar o PMDB, abrirá uma larga avenida para que a senadora Rose de Freitas ocupe o espaço por ele deixado.
Rose de Freitas não tem um perfil partidário, e Hartung tem um aliado forte no PMDB, que é o presidente da sigla Lelo Coimbra. Mas sem um nome que possa reivindicar o direito de disputar a eleição enfrentando a senadora em convenção, ela se torna absoluta no partido.
Mas não é só isso. Não podemos esquecer da questão do espaço de Rose de Freitas em Brasília, que é outro complicador para a saída de Hartung do partido. Rose tem trazido recursos do governo federal e, depois traz os ministros para fazerem a entrega do recurso, isso aumenta capital da senadora com os municípios e amplia o trânsito em Brasília.
Como há um cabo de guerra entre Temer e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) para ver quem consegue captar mais lideranças um do outro e Paulo Hartung está no meio dessa guerra, sendo assediado por Maia, Temer pode dar o revide. Isso significaria ampliar o poder de fogo de Rose de Freitas, o que poderia deixar Hartung em maus lençóis, até porque hoje ele não é uma liderança de confiança do presidente e não tem conseguido grandes avanços nas pautas que apresenta ao governo federal.
Isso mostra que hoje Rose de Freitas é uma preocupação real para o governador Paulo Hartung, até porque não tem como controlá-la. Se Paulo Hartung vai mesmo disputar a reeleição, vai ter de enfrentar Rose de Freitas e não há tanta certeza no mercado de que ele saia na frente por ter a máquina na mão.
Fragmentos:
1 – A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo (OAB-ES), vai promover uma sessão solene comemorativa ao Dia do Vereador, nesta sexta-feira (29), na sede da Ordem, no Centro de Vitória.
2 – O senador Ricardo Ferraço (PSDB) tem uma dura missão pela frente. Terá que decidir se vota pela saída do senador Aécio Neves, aumentando suas chances de reeleição, ou se vota pela permanência do colega no Senado, mantendo a fidelidade a quem lhe abonou a ficha de filiação no PSDB.
3 – O candidato a prefeito de Fundão, João Manoel (DEM), foi parar no hospital nessa quinta-feira (28). O ritmo da campanha extemporânea está acelerado nessa reta final. A votação será no domingo (1).
