O presidente do PDT, Carlos Lupi se encontrou com o presidenciável Ciro Gomes e a cúpula do PSB, incluindo o ex-governador Renato Casagrande, na última quinta-feira (28). A pauta da reunião foi a eleição de 2018.
O pedetista teria oferecido apoio às candidaturas socialistas nos estados nos quais o PSB pretende disputar o governo em toca de uma aliança entorno do palanque de Ciro Gomes, candidato a presidente da República. Essas articulações nacionais fortalecem as movimentações de Casagrande, já que ele tem participado efetivamente de todas as conversas da cúpula na condição de secretário nacional do partido e presidente da Fundação João Mangabeira. Essa movimentação começa, aos poucos, a repercutir para dentro do Estado.
Como destaca a coluna Plenário, de A Tribuna desta terça-feira (3), a movimentação dos dois partidos deve aquecer no Espírito Santo as conversas entre as lideranças locais para alinhar o projeto estadual ao palanque nacional.
Ainda segundo a coluna, o PSB nacional estuda hoje quatro possibilidades de palanques para 2018. Um dos caminhos seria lançar candidatura própria. O partido tentou conversar com algumas lideranças novas no cenário político, sem ligações partidárias, como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, mas as conversas não avançaram.
O partido também estuda uma coligação com o PSDB, mas a conversa tem sido com o governador de São Paulo Geraldo Alckimin. Se o ninho tucano riscar do plano à Presidência o governador paulista, a deliberação socialista deve ser outra.
Já a aproximação o PDT de Ciro Gomes alinha ideologicamente os dois partidos para a disputa presidencial, já que as duas siglas têm uma atuação programática de centro-esquerda e têm atuado de forma alinhada no Congresso Nacional, sobretudo nas pautas trabalhista e previdenciária.
Caso as conversas se alinhem nacionalmente, é preciso aparar arestas no cenário capixaba. Hoje o PDT, que é comandado pelo deputado federal Sérgio Vidigal faz parte da base do governo Paulo Hartung, de quem Casagrande quer distância. Para os meios políticos, dificilmente o pedetistas deve romper a aliança com Hartung para 2018. Em 2014, o partido se coligou na proporcional com o PT, mas na majoritária o grupo esteve no palanque do governador.
O PSDB passa por um momento de instabilidade. Mas a tendência é de que ingerência palaciana na convenção do partido que acontecerá em novembro vai surtir efeito, garantindo o comando do partido nas mãos do vice-governador César Colnago, que embora negue a ligação automática à ao palanque palaciano, deve comandar a articulação para o apoio à reeleição de Paulo Hartung, repetindo a chapa vencedora de 2014.
A outra opção é apoiar o palanque de Marina Silva, da Rede. Em 2014, quando o partido dela não conseguiu a liberação dentro do prazo da Justiça Eleitoral, a redista acabou compondo chapa como vice de Eduardo Campos. Com a morte inesperado de Campos num acidente aéreo durante a campanha, Marina acabou sendo abraçada pelo PSB. No Estado, Casagrande, disputando a reeleição ao governo, trouxe Marina para seu palanque.
Mas para esse palanque ser reeditado, o PSB precisaria primeiramente costurar um acordo com o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, com quem o governador Paulo Hartung também anda flertando. Embora diga aos interlocutores que a conversa com o Palácio Anchieta é meramente institucional, a classe política vê com desconfiança a disposição de Audifax em estar em um palanque contrário ao governador.