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Colchão confortável

O Fórum das Entidades dos Servidores Públicos (Fespes) publicou esta semana um estudo que mostra que o Espírito Santo apresentou, no segundo quadrimestre de 2017, um superávit de R$ 1,24 bilhão. O montante é quase quatro vezes maior do que o superávit apresentado no primeiro quadrimestre, que foi de R$ 323,5 milhões. A princípio a notícia parece boa para o governador Paulo Hartung (PMDB), mas é preciso ter cuidado na análise. 
 
O estudo mostrou que o governo está contingenciando recursos. Em Saneamento, por exemplo, foi aplicado menos de 10% da previsão de investimentos, ou seja, R$ 18,7 milhões, de R$ 256 milhões. Já em Transportes, a execução orçamentária chega a pouco mais de 30%, sendo R$ 351,6 milhões, de R$1,08 bilhão. 
 
O governo está claramente guardando dinheiro para apresentar no fim do ano um superávit, que coroaria a política de austeridade do governador Paulo Hartung. O governador, que diz ter recebido o Estado quebrado, entrega um estado com dinheiro em caixa, mas legitimar a excelência em gestão do governador Paulo Hartung. 
 
Além disso, Hartung entra no ano eleitoral com recursos para oferecer ao Estado seja para fortalecer sua candidatura à reeleição, seja inflar um possível substituto, enquanto ele disputa um cargo de vice-presidente, se tudo der certo. O fato é que o colchão de Hartung serve para dentro do Estado e para fora, como uma propaganda de consolidação de sua política.
 
Como a imprensa nacional não vai querer saber de onde esse recurso saiu ou deixou de entrar, vai comprar a ideia de excelência em gestão e reforçar a imagem do governador no cenário fora do Estado. E isso para ele é suficiente para criar uma projeção capaz de convencer o clubinho dos economistas sobre sua potencialidade em uma chapa presidencial. 

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