A coluna Praça Oito de A Gazeta, desta quarta-feira (11), que tem o sugestivo título “Casa da mãe tucana”, traz um trecho intrigante. “Na manhã de ontem, um secretário de Estado, aliadíssimo de Paulo Hartung, disse que a decisão da Executiva do PSDB de Vitória foi tomada à revelia do governador…”.
Tudo bem, que não é segredo para ninguém que o governador tem controle sobre as lideranças políticas e partidos no Estado e seria ingenuidade achar que ele não tem ingerência nesse processo do PSDB.
Mas como pode ser aceito como normal uma liderança palaciana considerar insurgência uma decisão colegiada sobre uma filiação partidária? Como pode se admitir no Estado Democrático de Direito que um partido tenha que se submeter ao aval do governador para tomar decisões internas?
Isso é inadmissível. Mesmo tendo sofrido vários desgastes políticos em seu terceiro mandato, mesmo não tendo mais o capital de votos de antigamente – cadê as pesquisas de opinião sobre avaliação de governo? – Hartung continua comandando os bastidores políticos do Espírito Santo, apoiado em uma projeção de uma imagem do passado e de uma narrativa nacional legitimada por uma campanha de marketing forte e cara.
O governador vem pregando em seu discurso para fora do Estado a necessidade de uma mudança postural da classe política, de uma modernização das relações, mas em seu quintal, a coisa é diferente. Mantém um sistema arcaico de política de controle político para garantir uma hegemonia política forjada na falta de oposição.
Nada contra a filiação do secretário Octaciano Neto. Ele hoje é uma liderança que seria disputada por qualquer partido. O problema foi a forma como o vice-governador César Colnago fez a coisa, como se já estivesse na cadeira de presidente do partido, passando por cima de todo mundo. O jeito palaciano de fazer as coisas é que não pode mais ser aceito no Estado. Hartung não está mais com essa bola toda para mandar e desmandar no Espírito Santo.
Fragmentos:
1 – Em Jaguaré, norte do Estado, a situação política está cada vez mais complicada. No município já não se acredita em um retorno do prefeito Rogério Feitani (PMN), afastado do cargo desde abril. Já o prefeito interino, Ruberci Casagrande (DEM), tem travado um cabo de guerra com a Câmara de Vereadores, que trabalha por sua cassação.
2 – O prefeito de São Mateus, no norte do Estado, Daniel da Açaí (PSDB) segue o trabalho da prefeitura de perfuração de poços artesianos na cidade para que a população tenha acesso à água potável. Enquanto a decisão da Justiça Eleitoral na vem, ele mantém a programação. Ele acompanhou as obras no bairro Vila Nova até a madrugada desta quarta (11).
3 – O prefeito Audifax Barcelos volta e meia tenta arregimentar o deputado estadual Bruno Lamas para que ele seja o candidato da Rede a deputado federal. Mas isso só vai acontecer se Sérgio Vidigal (PDT) não disputar à reeleição à Câmara dos Deputados.