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Perdendo para si mesmo

Há uma máxima em política que diz que, quando um gestor vai mal, seu antecessor ou quem disputou a eleição com ele tende a ter um aumento de aceitação do eleitor. Pelo interior do Estado, embora esteja cumprindo exaustivas agendas de entrega, o governador Paulo Hartung não tem conseguido agradar o eleitorado. Os comentários das lideranças de da população não é tão positiva quanto o Palácio Anchieta faz crer que são. 
 
Neste sentido, a tendência, partindo da lógica política, era de que o ex-governador Renato Casagrande (PSB), que foi seu antecessor e que disputou a eleição com ele, aparecesse como uma alternativa forte na disputa do próximo ano. Ele até aparece, mas é preciso um exercício do eleitor de puxar pela memória, afinal, desde que deixou o governo, o socialista não conseguiu garantir um espaço de debate para se manter vivo no imaginário coletivo. 
 
A movimentação do ex-governador, desde o primeiro semestre deste ano, vai em dois caminhos. O primeiro de andar pelo Estado, conversando com as lideranças políticas e discutindo a conjuntura local e nacional. O segundo, como secretário geral do PSB e presidente da Fundação João Mangabeira, de elaborar um projeto de governo para o partido em nível nacional. 
 
Isso, porém, são movimentos mais voltados para a classe política, que não chegam com tanta intensidade ao eleitor propriamente dito. O fato de o ex-governador evitar colocar o nome como um pretenso candidato ao governo para o próximo ano, por um lado o protege de ataques palacianos, por outro, o mantém afastado do eleitor. 
 
Casagrande pode trabalhar o potencial de candidato ao governo como opositor ao Hartung, mas para isso precisa aparar algumas arestas. A primeira é o fato de que tendo sucedido Hartung, eleito em seu palanque, precisa se livrar do DNA de seu principal opositor. Na eleição de 2014, ele foi intensamente atacado pela candidata do Psol, Camila Valadão, por ser um produto do palanque palaciano. São farinha do mesmo saco, dizia a candidata, com toda a razão naquele contexto. 
 
Também precisa superar um desgaste natural. Casagrande ainda está no rol de denunciados na Lava Jato, acusado de ter buscado caixa dois para seus candidatos na disputa de 2012, peso que Hartung já se livrou com o arquivamento da denúncia no mesmo sentido contra ele. 
 
Além disso, precisa trabalhar o Estado como um todo. Não adianta a Casagrande se fortalecer no interior e esquecer a Grande Vitória, onde empatou o jogo com Hartung. Foi acreditando em sua força no interior que perdeu a eleição passada. Por fim, precisa definir com a senadora Rose de Freitas (PMDB) qual vai ser o papel de cada um em seu palanque. 

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