Em resposta a um requerimento de informação do vereador Mazinho dos Anjos (PSD), a Prefeitura de Vitória explicou o motivo do descarte da proposta de ciclovia para a Avenida Rio Branco apresentada pelo engenheiro e dono de construtora Luiz Carlos Menezes. O projeto prevê pista unidirecional de 1,20 metro no canteiro central, razão pela qual é visto por ciclistas e cicloativistas como “carrocrata”, já que tem o objetivo de preservar as vagas de estacionamento da avenida.
A prefeitura explicou que chegou a estudar a alternativa, mas a desconsiderou porque ela compromete pelo menos quatro princípios que orientam a execução de infraestruturas cicloviárias.
O primeiro é que as normas técnicas estabelecem que a largura útil deve ter 1,20 metro ao longo da ciclovia quando implantada na forma unidirecional, o que não ocorre no projeto do engenheiro, em função das árvores existentes. O segundo princípio considera a segurança do ciclista: mesmo sendo possível uma ciclovia na dimensão proposta, esta teria que ser acrescida em 30 centímetros para resguardar o ciclista em movimento numa via de intenso fluxo veicular.
A segurança de pedestres e motoristas também é destacada. Segundo a prefeitura, o projeto apresentado não indica solução para as intersecções, travessias, conexões, rampas de acessibilidade e sinalizações horizontal e vertical no contexto da Rio Branco.
A resposta também ressalta que a implantação da proposta apresentada supõe a supressão de árvores que comprometem a largura da ciclovia. O prejuízo ambiental seria a perda das árvores, do conforto térmico que proporcional e a descaracterização da paisagem.
Apresentada em 2015, a proposta da Prefeitura de Vitória contempla um percurso de 1,8 quilômetro entre a Ponte Ayrton Senna e a Avenida Leitão da Silva. A estrutura tem 2,70 metros de largura, sendo 2,50 metros de largura útil na modalidade bidirecional. A prefeitura não divulgou, contudo, previsão para início das obras.