Entre os dias 16 de outubro e 13 de novembro, o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado disponibilizou em seu site na internet uma enquete para votação, tendo como opções os possíveis candidatos ao governo do Estado. E o que chamou atenção na votação não foi o primeiro lugar, mas um dos últimos. Afinal, o governador Paulo Hartung (PMDB) aprece com apenas 3% das intenções de votos
É claro que é preciso guardar as devidas proporções. Estamos falando do site de uma categoria que vem medindo forças com o governo, mas 3% é muito pouco para o volume de propaganda feito pelo Palácio Anchieta de melhorias na saúde, na educação e na segurança.
Na campanha de 2014, o governador Paulo Hartung recebeu o apoio dos servidores porque não haviam encontrado no governo de Renato Casagrande (PSB) apoio às suas causas. A memória dos abonos de Hartung de fim do ano foi suficiente para que as categorias do funcionalismo lhe dessem uma segunda chance.
Mas logo o amor acabou com a campanha “Esse abraço eu não quero”, partido da falta de diálogo como governador e usando como argumento da peça a campanha eleitoral de Hartung, “Abrace o Paulo”. Nem mesmo o pagamento do tíquete alimentação, uma briga judicial que o governo tentou fazer parecer benesse aliviou a relação pesada com os servidores.
O resultado da enquete pode não expressar o pensamento do eleitor capixaba, mas o comportamento oscilante do governador com movimentos políticos e marqueteiros para fora do Estado deixam transparecer que a situação aqui não seja tão boa como ele tenta fazer crer.
A última pesquisa eleitoral sobre o desempenho e aceitação do governo Paulo Hartung foi divulgada ainda em 2015 e, naquele momento, Hartung tinha 30% de aprovação, um desempenho muito aquém dos mais de 80% que tinham quando deixou o governo em 2010. De lá para cá, nada foi divulgado, embora se saiba que muitos levantamentos são feitos e circulam nos corredores do Palácio Anchieta.
O resultado deles podemos até não saber, mas o caminho que o governador seguir em 2018 vai indicar. Se disputar um cargo nacional é sinal que o campo para a reeleição ou disputa ao Senado não lhe são favoráveis.
Fragmentos:
1 – Muitos apoiadores estão indo às redes sociais alertar o deputado estadual Sergio Majeski (PSDB) que não basta ser candidato ao governo contra Paulo Hartung. É preciso saber quem vai acompanhá-lo nessa empreitada. Pelo jeito os eleitores do deputado andam tão desapontados com a classe política quanto ele.
2 – O ex-governador Renato Casagrande (PSB) está em mais uma rodada de palestras e encontros Estado afora. Ele ainda não fala em disputa ao governo do Estado no próximo ano. Mas segue fortalecendo sua imagem em uma área que em 2014 foi determinante para sua derrota: o interior do Estado.
3 – O Orçamento de 2018 reserva R$ 19,2 milhões para o polêmico Cais das Artes. Será que em seu último ano de governo Hartung vai finalmente terminar a obra que deveria ser o grande legado cultural de sua primeira passagem pelo Palácio Anchieta?