A torre de nove andares da Casa se transformará em um grande telão para exibição de imagens da vila de Regência, em Linhares, norte do Estado, considerado um dos melhores picos de surf do Brasil. O objetivo é mostrar as belezas do lugar, abordando sua importância para o surf nacional, a importância do esporte para a economia local e as consequências do crime da Samarco/Vale-BHP sobre a vida na comunidade.
“Queremos chamar atenção, cobrar providências. A pesca está proibida, o surf ficou muito prejudicado, as pessoas estão adoecendo, o lugar está adoecendo. E ninguém faz nada”, reclama Alex Piu, um dos organizadores.
Regência é uma das comunidades diretamente impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, localizada em Mariana (MG), ocorrido no dia cinco de novembro de 2015. Desde que a lama de rejeitos chegou na foz do Rio Doce, onde está localizada a vila, no dia 21 de novembro de 2015, a pesca e o turismo ficaram inviabilizados, destruindo as duas principais bases econômicas do lugar.
“Ainda tem gente surfando, alguns estão voltando. Mas muitos ainda não vão, têm medo. Não sabemos como está a água, que consequências pode trazer para ra saúde daqui a cinco, dez anos”, argumenta Alex.
Além das imagens em vídeo projetadas na torre, um microfone estará aberto para quem quiser se manifestar sobre o assunto. Participam do ato surfistas ligados à Federação Estadual de Surf (Fesurf) e das Associações de Surf da Praia Mole (ASPM), de Linhares (ASL), de Regência (ASR) e da Ponta da Fruta (ASPF) e membros da Associação de Moradores de Regência (Amor).
Este é o terceiro protesto organizado pelo coletivo de surfistas do Espírito Santo. O primeiro aconteceu poucos dias depois que a lama chegou ao litoral capixaba. O segundo, no início de agosto passado, quando a Justiça suspendeu o processo criminal contra os diretores e funcionários da Samarco, processo que voltou a tramitar no Judiciário no último dia 13.