Os projetos tiveram grande impacto e contribuíram para revitalizar a comunidade. Além dos muros que se tornaram tela para obra de diversos artistas, muitos moradores estão recuperando, pintando e deixando a frente de suas casas muito mais bonitas. O inventário também estimulou a Escola Municipal de Ensino Fundamenta (Emef) Tuffy Nader a replicar o projeto e mais de 200 alunos já participaram de pesquisas e projetos sobre a história e os bens culturais da Barra do Jucu.
A festa promovida no domingo (3) terá inicio às 15 horas, na sede do Museu Vivo da Barra do Jucu, na Rua Ana Penha Barcelos, com a participação das bandas de congo da comunidade, além de outros artistas. A programação conta ainda com atividades para crianças, mostras fotográficas e de vídeo, o lançamento do site e entrega de certificados.
Projetos
A Galeria Livre de Arte da Barra do Jucu é fruto de um projeto aprovado nos editais de cultura de 2016 da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com recursos do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), e realizado pelo Museu Vivo.
O projeto executou diversas intervenções artísticas na comunidade, principalmente a pintura em muros, por artistas plásticos reconhecidos e selecionados por meio de edital, o que transformou o corredor cultural e gastronômico da Barra do Jucu em uma verdadeira galeria a céu aberto.
Foi realizada também uma série de oficinas de artes, todas relacionadas às tradições da cultura local – pintura, fotografia, serigrafia, confecção de máscaras de carnaval, arte mural grafite, desenho de observação e fabricação de materiais artísticos.
O Inventário Participativo Material e Imaterial das Tradições e Cultura da Comunidade, denominado Ponto de Memória, também foi aprovado nos editais de cultura de 2016 da Secult. Foram catalogadas as principais tradições, valores, histórias e manifestações da cultural local como o congo, a pesca, a culinária, o teatro, a música, a renda de bilro e os recursos naturais como a foz do Rio Jucu e o Parque Municipal de Jacanerema – que serão disponibilizadas em um site e vão integrar o acervo do Museu Vivo.
Avaliações
Receber projetos institucionais que resgatam e valorizam a cultura da comunidade gerou repercussões positivas entre os moradores, que se viram valorizados em sua história, seu saberes e em sua arte.
A coordenadora do Projeto Galeria Livre, Claudia Miranda, explicou que uma grande conquista foi o envolvimento da comunidade nas oficinas de artes. “Na fase da pintura dos muros, os moradores ficaram com um certo receio, mas na medida em que as artes foram ganhando forma, a adesão e aprovação foi grande. As pessoas vinham pedindo para fazer o mesmo em suas casas também, foi muito interessante. o embelezamento das vias e caminhos de uma cidade influenciam no recuo da violência e promove cidadania, e nós estamos percebendo isso aqui na Barra do Jucu”, afirmou.
Já o processo de inventário dos bens culturais representou um instrumento de discussão da identidade da comunidade e conscientização da importância de preservação das tradições e de seus bens. Esta é a opinião da coordenadora do projeto Ponto de Memória, Maria Regina Ruschi. “Quando começamos a conversar com as pessoas, elas foram remexer em seus baús de lembranças e sentimentos. Promovemos encontros e reencontros. Isso estimulou as pessoas e elas se viram reconhecidas. Foi uma experiência rica e educativa”, declarou.
Serviço