Com um quadro atual de cerca de 600 funcionários, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) deve diminuir seu efetivo para 500 em 2018. Os dados são do presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Edgar Antônio Formentini, que usou o Grande Expediente da sessão ordinária dessa quarta-feira (6) para falar da situação do instituto. Ele foi indicado pelo deputado Padre Honório (PT).
De acordo com Formentini, o quadro ideal para atuar em todas as regiões do Estado seria de 900 funcionários, o que preocupa, já que no próximo ano cerca de 100 servidores devem se aposentar. ???Conclamamos os deputados para entrarem com a gente nessa luta para que possamos reverter essa situação???, afirmou.
O presidente da associação informou que cerca de 70 mil agricultores ainda não conseguem ter o acesso ideal à assistência técnica oferecida pelo instituto, por conta da defasagem no efetivo. Ele também chamou a atenção para a situação salarial dos servidores. ???Estamos numa situação delicada, nosso plano de saúde subiu 80% e os nossos salários estão congelados há quatro anos???, disse.
Formentini solicitou um investimento forte em crédito e extensão rural para evitar o que ele chama de ???sucessão rural???, que é a saída do campo dos filhos de agricultores familiares para a cidade atrás de oportunidades, com a escassez de oferta de trabalho. ???Se isso acontecer vamos observar uma queda brusca na oferta de alimentos, já que 70% da comida que se consome no Espírito Santo vem da agricultura familiar???, finalizou.
No mês passado, o Incaper completou 61 anos e os servidores lançaram uma campanha de valorização da categoria. Eles denunciam sucateamento, reflexo da política de cortes lineares proposta pelo governador Paulo Hartung (PMDB).