“O que se espera é que o Confea anule as eleições no próximo dia 28, mas se isso não acontecer, vamos judicializá-las”, pontuou o engenheiro agrônomo Jorge Luiz e Silva, um dos quatro candidatos a presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) que requereram a impugnação do processo eleitoral por indícios de fraudes em urnas e nas listas de eleitores.
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), reunido em Brasília, anunciou que a homologação dos resultados não foi concluída no dia 20 passado, como estava previsto no calendário eleitoral, por causa de “inconsistências apresentadas nos mapas gerais de apuração de diversos estados, que totalizam os números de votantes por região e de votos dos candidatos aos cargos eletivos”. Entre os estados, está o Espírito Santo.
A decisão de judicializar as eleições do Crea-ES, segundo Jorge, foi tomada por quatro candidatos de oposição ao atual presidente, Helder Carnielli, e ao candidato apoiado por ele, Geraldo Ferreguetti. Serão acompanhados ainda por um candidato à direção geral da Múta-Caixa de Assistência aos Profissionais do Crea, José Luiz Miotto. Jorge, Marcos Motta, Fred Rosalém e Sebastião Silveira, além de José Luiz Miotto, entrarão na Justiça Federal pleiteando a anulação das eleições, caso o Confea ignore as denúncias de crimes eleitorais feitas por eles contra Carnielli.
De acordo com Jorge, a Comissão Eleitoral Regional do Crea-ES tinha 48 horas, conforme estipula o regulamento, para se manifestar a respeito das denúncias, “mas preferiu lavar as mãos, transferindo a decisão para a Comissão Eleitoral Federal do Confea”.
As principais denúncias contra a atual administração do Crea são uso da máquina e manipulação das listas de eleitores para prejudicar candidatos de oposição. De 15 de novembro até 15 de dezembro, nenhum associado poderia ser transferido para outro local de votação, mas isso foi feito, como afirmou Jorge, de forma premeditada, até o último dia da campanha.
O resultado foi que mais de 600 associados acabaram impedidos de votar, porque ao chegarem às seções eleitorais, descobriram que tinham sido transferidos, por exemplo, para cidades a 100 quilômetros de distância.
Jorge ressalta que o desejo de todos é que a confiança seja restabelecida na presidência do Crea. “Não é possível aceitar as regras de um jogo fraudulento. Não dá para disputar uma eleição e, antes do início da votação, constatar que uma urna, por exemplo, já tinha votos dentro dela”, completou.