A Comissão Eleitoral do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) homologou, nesta quinta-feira (28), em sessão plenária extraordinária, o resultado da votação realizada no último dia 15 no Espírito Santo que declarou a engenheira civil Lúcia Vilarinho presidente eleita do Conselho de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES). O parecer foi encaminhado ao Confea, que rotineiramente confirma as decisões, portanto, a expectativa é que Vilarinho finalmente tenha sua vitória confirmada, para posse já no próximo dia primeiro.
A decisão deve encerrar um processo eleitoral tumultuado por denúncias de antecipação de campanha, uso da máquina administrativa, fraudes em urnas e manipulação de listas de eleitores feitas contra o atual presidente do Crea-ES, Helder Carnielli, que estaria favorecendo o seu candidato Geraldo Ferregueti. Um dos denunciantes foi a própria Lucia Vilarinho.
No entanto, quatro outros candidatos a presidente – mais o candidato a diretor geral da Mútua-Caixa de Assistência aos Profissionais do Crea, José Luiz Miotto -, que já tinham requerido à Comissão Federal a anulação das eleições e não foram atendidos, decidiram recorrer à Justiça Federal. “A judicialização das eleições é automática”, disse Jorge Luiz e Silva, logo depois de tomar conhecimento do parecer da Comissão Federal favorável à homologação de Lucia.
Ele tem o apoio de Sebastião Silveira, Fred Rosalém e Marcos Motta, também candidatos de oposição a Carnielli. O advogado do grupo, Luciano Ceotto, irá além: apresentará denúncia-crime à Polícia Federal, em nome deles candidatos, solicitando investigação das fraudes ocorridas durante a votação.
O grupo assinou um manifesto em que destacam não reconhecer qualquer resultado que seja anunciado pelo Confea. “Pelo bem da democracia, pela boa imagem do nosso Conselho perante a sociedade capixaba e brasileira, pela lisura do sistema Confea/Crea-ES/Mútua na realização de suas eleições, entendemos que qualquer resultado que saia da apuração das eleições realizadas no último dia 15 no Espírito Santo, não será legítimo, uma vez que todos presenciamos formas diversas de manipulação do processo”.
Segundo os candidatos, a única solução que garanta “a lisura e moralidade do processo eleitoral” é a anulação da disputa. “É a nossa opinião, baseada nas provas apresentadas, pedidos de anulação e requerimentos diversos”, concluem no documento.