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Comissão Eleitoral do Confea realiza reuniões em Vitória

A Comissão Eleitoral do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) está em Vitória desde essa terça-feira (16) levantando informações para subsidiar decisões relativas a denúncias de fraudes na eleição para presidente do Conselho Regional (Crea-ES). O coordenador da Comissão, Alessandro José Macedo, informou, porém, que se trata de visita de rotina e não exatamente uma investigação. “Já fizemos o mesmo em outros estados”, pontuou.
 
Alessandro deixa a Capital junto com os demais membros da comissão nesta quarta-feira (17), após passar o dia em reunião com a Comissão Eleitoral do Crea.
 
Dois candidatos que pretendem anular as eleições procuraram os representes da Comissão Federal, para informá-los sobre o que consideram “graves irregularidades” ocorridas no processo eleitoral de dezembro passado.
 
Um deles foi o técnico em agropecuária José Luiz Miotto, candidato a diretor geral da Mútua ES-Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea. Miotto, que é de Nova Venécia, noroeste do Estado, revelou que muitos eleitores deixaram de votar nesse município, porque a seção eleitoral inexistia no endereço informado pelo Crea. Ouviu de um dos membros da Comissão Federal que deveria ter agido conforme determina o regulamento sobre eleições: impugnar, na hora, a seção eleitoral. 
 
Na verdade, pouco mais de 90 associados do Crea votaram nessa seção, que se encontrava dentro de uma empresa, a aproximadamente 500 metros do local onde ela originalmente funcionava. A empresa havia mudado de endereço, mas não deu ciência do fato ao Crea. “Não houve má-fé”, garantiu uma fonte do Crea.
 
Também prestou informações a Alessandro e seus colegas o engenheiro agrônomo Jorge Luiz e Souza, que confirmou as denúncias sobre manipulação de listas de eleitores que já havia feito à Comissão Federal. Ele citou os casos específicos de Linhares, Rio Bananal, Castelo e Venda Nova do Imigrante, onde associados do Crea, ao chegarem às seções eleitorais de eleições anteriores, foram avisados de que haviam sido transferidos para locais de votação em outras cidades.
 
As eleições do Crea se tornaram polêmicas já na largada, quando no final de outubro, o antigo presidente da entidade, Helder Carnielli, foi flagrado numa reunião antecipada e irregular com alguns candidatos, para a qual levou funcionários da entidade. Seu objetivo era ter votos suficientes para sacramentar a candidatura de sua preferência, a do engenheiro Geraldo Ferreguetti. 
 
O fato foi denunciado com vídeos e fotos à Comissão Federal, que impugnou a candidatura de Ferreguetti. Graças a uma liminar obtida na Justiça Federal de Brasília, ele viabilizou sua participação no processo eleitoral, mas sua candidatura até hoje está sub judice, porque ainda não foi julgado o mérito da ação. 
 
Lúcia Vilarinho acabou se elegendo, derrotando Ferregueti, que era o favorito devido ao apoio de Carnielli. Candidatos da oposição – não só Jorge Luiz como também a própria Lúcia –  atribuíram na época a Carnielli o uso da máquina administrativa e outras irregularidades para favorecer Ferreguetti. 
 
Ferregueti ainda sonha com a presidência. Entrou com recurso na Comissão Federal, pedindo a contagem de 166 votos que recebeu numa urna impugnada em Linhares, norte do Estado, os quais asseguram sua vitória sobre Lúcia por 107 votos de diferença. O recurso foi indeferido e ele há dois dias recorreu dessa decisão à plenária do Confea, onde joga sua última cartada. 
 
O engenheiro mecânico e de segurança no trabalho, Fred Rosalém, primeiro vice-presidente do Crea, também pressiona para tirar Lúcia Vilarinho do cargo. Na sexta-feira passada (12), apresentou pedido de liminar à Justiça Federal de Vitória para assumir a presidência, mas ele ainda não foi julgado. 
 
Jorge Luiz, por sua vez, está particularmente convicto de uma decisão favorável da Comissão Federal à anulação das eleições. “Se o Crea viveu um processo eleitoral viciado, só existe uma alternativa: a realização de novas eleições. O contrário disso é tapar o sol com a peneira”, afirmou. 

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