Primeiras atletas surdas do Espírito Santo a serem convidadas para a seletiva da Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos (CBDS), Thalita Mozer e Elidiany Oliveira conseguiram doação do Estado para passagens aéreas e embarcaram nessa sexta-feira (19) para São Bernardo do Campo/SP.
Acompanhadas do técnico da Associação dos Surdos de Vitória (Asurvi), Evandro Telles de Oliveira Filho, as duas serão avaliadas durante dois dias, com grandes chances de integrarem a seleção brasileira da Confederação.
A batalha foi grande e a mãe de Thalita, Lourdilene Mozer, relata o grande esforço feito pelas duas famílias, pela Asurvi e A Associação de Pais e Amigos dos Surdos e Outras Deficiência (Apasod) – onde ela é presidenta – pelas pessoas que apoiaram a campanha divulgada na página da sua entidade, os políticos que intercederam junto ao Estado e à matéria divulgada no último dia oito de janeiro neste Século Diário. “Sei que foi graças à matéria, onde eu cheguei, todo mundo comentava que havia lido”, diz Loudilene.
Lourdilene explica que Thalita só conseguiria participar da seletiva se fosse de avião, pois em longas viagens de ônibus, sempre sofre de otite e tem muitas náuseas, precisando tomar medicamentos fortes e ficar em repouso por vários dias, o que a impediria de ter êxito nos exames em São Bernardo do Campo.
Sendo selecionadas, as atletas ganharão bolsas de estudo e poderão se dedicar mais aos treinos, crescendo no esporte que tanto amam. Thalita já sonha em participar da Seleção Feminina Brasileira de Futebol, junto de atletas não surdas e, agora, também, sonham em serem as primeiras atletas surdas nas paraolimpíadas. “Estamos muito felizes. Mais uma vitória na vida delas”, comemora a mãe.