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Comunidade de Afonso Cláudio faz manifestação nesta terça-feira em Vitória

Inconformados com a perda do ensino médio nas escolas do interior do município, moradores de Afonso Cláudio (região serrana do Estado) farão manifestação em Vitória nesta terça-feira (30). Vão buscar solução com o secretário de Estado da Educação (Sedu), Haroldo Rocha, já às 8h30.
 
Na programação do grupo, o segundo contato será com o presidente do Tribunal de Justiça (TJES), desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama, às 13 horas. No tribunal tramita recurso da Promotoria de Justiça de Afonso Cláudio contra a decisão do juiz  Luciano Fiorot, que manteve o encerramento do ensino médio em três comunidades. Em relação a duas outras comunidade, decisão do juiz determinando a reabertura do ensino médio não foi acatada pela Sedu.
 
Segundo a professora Solange Maria Moizes, os moradores de  Afonso Cláudio esperam que o secretário Haroldo Rocha se sensibilize com o sofrimento de alunos, pais, professores e de toda comunidade, e determine imediatamente a volta do ensino médio às comunidades do interior.
 
A argumentação da comunidade é cristalina. No interior, as crianças e os adolescentes ajudam aos pais na lavoura. Para geração de renda, para aprender a trabalhar. Isso é parte de sua cultura. Em paralelo, crianças e adolescentes estudam. Havendo oportunidade, seguem estudando até a universidade.
 
Em Afonso Cláudio não era diferente. Só que, com a política implantada pela Sedu a partir de 2015, o ensino médio diurno e noturno no município foi definhando, e morreu. Com o encerramento do ensino médio, morreu também a oportunidade para os alunos frequentarem a escola.
 
Ficaram  sem ensino médio estudantes das comunidades de Mata Fria – com cerca de 90 alunos excluídos pelo fechamento do ensino médio -, São Francisco, Vila Pontões, Piracema e Fazenda Guandu. O fechamento do ensino médio se deu por uma razão absurda: o governo do Estado quer alunos para a Escola Viva, instalada na sede do município. Esta escola tem 640 vagas e está sendo ampliada. 
 
Uma crueldade, pois as comunidades ficam distantes: De Piracema à sede de Afonso Claudio, são  36 quilômetros, 72 quilômetros considerando a volta. Além de a estradas serem ruins – de terra, em regiões de montanhas. Há risco na primeira chuva. A comunidade não aceita ser tratada assim e protesta. E, agora, vem buscar a solução com o secretário Haroldo Rocha. Querem o que foi tomado pela Sedu,  com reabertura imediata das escolas. 
 
Caso o apelo que farão diretamente ao secretário da Sedu nesta terça-feira não resulte em solução, os moradores pretendem se socorrer diretamente com o governador Paulo Hartung. Já asseguraram, por suas lideranças, que não vão parar de lutar e podem recorrer até mesmo às autoridades federais, em Brasília.
 
Apoios irrestritos
 
A professora Solange Maria Moizes relatou que só da sede do município estão inscritas 90 pessoas para a manifestação em Vitória. Só no final da tarde desta segunda terá a relação completa dos que vão deixar seus afazeres, para buscar a solução para o problema que a Sedu criou, diretamente em Vitória.
 
Virão estudantes excluídos, pais de alunos, professores, agricultores, inclusive a representação dos sindicatos do campo. Há dificuldades inclusive para alimentação do grupo. “Vamos levar lanches, que compartilharemos. Ninguém tem dinheiro nem para comer.  Mas vamos assim mesmo”, afirma a professora Solange Maria Moizes.
 
Solidariedade não falta aos alunos afastados da escola pela Sedu. Apoios estão garantidos de Santa Maria de Jetibá, onde os estudantes enfrentam o mesmo problema, de Laranja da Terra, Brejetuba, Domingos Martins, Ibatiba. Até mesmo de Pedro  Canário, no noroeste do Estado, virá representante em apoio aos estudantes.

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