A disputa pelo comando do Ministério Público Estadual (MPES) esquentou nos últimos dias de registro de candidaturas, encerrado nesta segunda-feira (29). Desde a última sexta-feira (26), outros quatro concorrentes formalizaram interesse em disputar o cargo de procurador-geral, integrando a lista tríplice.
Entre os candidatos, três são mulheres: Sueli Lima e Silva, que atua há oito anos na Promotoria da Mulher de Vitória, além de integrante do Conselho Penitenciário Estadual (Copen); a promotora da Infância e Juventude de Vitória, Márgia Mauro, filha do ex-governador Max Mauro e irmã do prefeito de Vila Velha, Max Filho; e Nicia Regina Sampaio, da Promotoria Cível de Vila Velha. O quarto é o atual ouvidor-geral do órgão, Alexandre José Guimarães, também chefe da Procuradoria de Justiça Recursal.
O atual subprocurador-geral administrativo, Eder Pontes da Silva, e Marcello Queiroz Souza, da Promotoria Criminal de Vila Velha, já tinham tido suas candidaturas oficializadas. Eder, que já teve dois mandatos consecutivos, de 2012 a 2016, e manteve seu grupo no poder com a sucessora Elda Spedo (2016 a 2018), retorna à disputa, que promete ser acirrada e com concorrentes cuja bandeira é a renovação política do órgão.
O número de candidatos foi confirmado pela assessoria de Imprensa do MPES, que divulgou nota no início da noite desta segunda-feira (29). A votação ocorrerá no dia 23 de março deste ano, das 9h às 17 horas.
Mulheres
Neste pleito, a novidade está nas candidaturas de três mulheres com histórico de atuação no MPES. Uma delas é Márgia Mauro, filha do ex-governador Max Mauro e irmã do prefeito de Vila Velha, Max Filho. Promotora há 25 anos e atualmente atuando na Promotoria da Infância e Juventude de Vitória, Márgia nunca foi candidata nem ocupou cargo comissionado no MPES.
“Sempre trabalhei muito e nunca pensei em me candidatar, mas o Ministério Público precisa renovar sua administração. Incentivei alguns colegas, mas como eles não quiserem se candidatar, resolvi participar. Conheço o Ministério Público e posso contribuir nessa oxigenação necessária”, explicou Márgia, que recebeu do pai Max Mauro o conselho de dialogar com os colegas de classe.
Já a promotora Sueli Lima e Silva, com 24 anos na atividade de promotora, explica o que motivou sua candidatura: “Sou candidata pelo desejo de propiciar o fortalecimento da entidade. É preciso oxigenar o comando do MPES com quem tem a visão do órgão do ponto de vista da execução. É preciso também ter alternância, democracia se faz com alternância. Temos tido o mesmo comando há três mandatos porque o ex-procurador chefe continua na estrutura, mesmo que na área administrativa. Na verdade, não houve mudança. É preciso mudar, os índices de criminalidade estão crescendo e é papel do MPES buscar novas perspectivas”, afirmou Sueli.
Assim como Márgia, a promotora da Infância e Juventude de Vitória só divulgará suas propostas após o dia 1º de fevereiro, quando o MPES confirma as inscrições deferidas. “Em respeito à Comissão Eleitoral, não vou antecipar nenhuma proposta, não vou fazer campanha antes da hora”, argumentou Sueli.
De todos os candidatos, o experiente candidato Eder Pontes foi o único que já lançou um material de 20 páginas com propostas e realizações, que tem circulado entre promotores e procuradores desde o dia em que confirmou a candidatura, na semana passada.
O Ministério Público só foi presidido por mulheres em duas ocasiões, no atual mandato de Elda, e no biênio 2006/2008, com a procuradora Catarina Cecin Gazele.
Corregedoria-Geral e Ouvidoria
Já no dia 26 de fevreiro, serão realizadas as eleições para os cargos de corregedor-geral e de ouvidor do MPES, escolhidos pelo Colégio de Procuradores de Justiça da instituição. Para corregedor-geral estão inscritos os procuradores de Justiça Socrates de Souza, Alexandre José Guimarães e Carla Viana Cola. Já para ouvidor, os inscritos são os procuradores de Justiça Alexandre José Guimarães e Eliezer Siqueira de Sousa.